Uncharted 2: Among Thieves [PS3] - Mega Análise





Depois de algum tempo investido neste jogo, eis a análise:
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Veredicto
O primeiro Uncharted: Drake's Fortune revelou-se como uma lufada de ar fresco, onde a jogabilidade era inovadora, o som estrondoso, mas acima de tudo, os gráficos espectaculares. Na altura, a Naughty Dog disse que estavam apenas a aproveitar cerca de 10% das capacidades da Playstation 3, o que era difícil de acreditar, e pensava-se que era uma manobra de marketing.
Afinal não era. Este novo Uncharted 2: Among Thieves veio mostrar a derradeira potência da PS3, com uns gráficos que ultrapassam qualquer jogo até então feito. Mas o mais bem feito é a água, e como a roupa fica molhada. Os programadores até brincaram com esta pequena maravilha, pois no início do jogo, Harry Flynn diz a Nathan: "Já reparaste como fica giro as roupas molhadas?". Desta forma, olhamos para a roupa e vemos que realmente, estão muito bem conseguidas.
Um ponto fraco neste campo visual, é a pele. Tudo no jogo te umas texturas espantosas, mas a pele da cara e do corpo é, digamos, um bocado manhosa. As expressões faciais estão excelentes, mas a pele da cara está muito uniforme, muito homogénea. Mas o cabelo e os olhos (principalmente os da Chloe, que têm um brilho espectacular) estão quase perfeitos. Nota-se bem o material de que são feitos os casacos, sapatos e calças, e as armas estão bem detalhadas.
As explosões são mais fortes do que p que parecem, pois estas desvanecem-se muito rápido e têm um som ligeiramente surdo.
De resto, só tenho a dizer: as paisagens são de cortar a respiração. A água, neve, fogo, madeira, granito, tijolo, pedra, erva, metal, tudo está perfeito para criar uma experiência de jogo total e emersa. Este não é só um jogo, é também um filme. As cutscenes estão absolutamente realistas, com suspense, drama e amor, tudo junto naquilo que parece um filme de acção.
Mas o que mais chama o jogador, é a história. Sem dúvida, a história bate recordes. Nunca um jogo de Acção/Aventura me agarrou tanto ao ecrã. Queremos sempre saber o que se vai passar a seguir, como ele se vai safar daquela, etc. Sem falar que a procura pela Pedra Cintamani é um motivo forte para iniciar a aventura. Aventura essa que dura cerca de 10 horas, dependendo da dificuldade, se estão a explorar bem os mapas, ou s estão a jogar rapidamente, etc. Devem conseguir acabar o jogo com 30 tesouros encontrados, se fizerem alguma exploração de mapa, ao longo da campanha. No entanto, são 100, e alguns deles estão mesmo muito bem escondidos, pelo que vos vai tomar algum tempo, se os quiserem apanhar a todos. Têm também o On-Line, que não está assim muito mau, que conta com10 modos de jogo, como Eliminação, onde o objectivo é eliminar a equipa adversária, sem ressuscitações; Saquear, onde têm de ir buscar o tesouro e devolvê-lo à base; depois têm o modo Machinima, onde podem criar os vossos próprios vídeos, modificando alguns jogos vossos gravados, incluindo imagens, efeitos e muito mais. Podem ver um pequeno vídeo AQUI sobre esta adição excelente ( o vídeo pertence ao user machinima ).
Depois têm o modo Cooperativo onde podem criar uma equipa com até mais dois jogadores, onde têm de completar o mapa e matar uma série de inimigos, para além de terem de cumprir objectivos.
Quanto ao som, está muito bem feito. Destaco a excelente tradução para a língua portuguesa, com um excelente trabalho de vozes, em que até modificaram as piadas para fazer mais sentido no nosso idioma. Todas as vozes se enquadram bem no personagem respectivo, excepto a voz de Lazarević, o principal vilão do jogo, em que o seu tom, que supostamente devia ser grave e meter medo, dá um aspecto ligeiramente cómico. Mas de resto, tenho de dar os parabéns.
A banda sonora é de excelência, a música principal enquadra-se perfeitamente com a aventura e com a história do jogo, e é uma música que dá mesmo espírito de aventura, que é aquilo que não falta a este jogo. É mesmo uma grande banda sonora.
Quanto à jogabilidade, tenho de confessar, esta pode ser um bocado repetitiva, pois a maior parte do tempo têm de andar a matar inimigos, utilizando muito, mas mesmo muito o cover. Estes inimigos são bastante variados, desde snipers, blindados com shotgun, com escudo, os "normais" e ainda aqueles a que chamo de "tanque", pois consegue absorver uma quantidade monstruosa de tiros e tem uma Gatting Gun. O jogo também se revela um bocado difícil, principalmente na parte do Tibet, em que aparece um tanque que simplesmente só dispara para voçês. E este é outro aspecto negativo do jogo: parece que os inimigos carregam o fogo todo sobre Nathan, e como o colega com inteligência artificial não consegue matar muitos (se matar meia dúzia por nível já fico contente), vêm-se gregos em alguns casos para se desenrascarem.
Aqui, ao contrário dos outros jogos, têm de pensar "verticalmente", e isso é-vos dado a entender logo ao início do jogo. Passo a explicar, quase tudo o que tem uma saliência, é possível subir, logo, em muitas ocasiões do jogo vão ter de encontrar um caminho alternativo. Só para terem uma noção do quanto vão ter de andar a saltar de um lado para o outro e a trepar e a ganhar balanço em cordas, como o Tarzan, das 10 horas que gastei ao passar o jogo, 1 hora passei-a no ar. Todas estas indicações são vos dadas nas Estatísticas. Pena que aqui não tenha o número de morte de cada arma, o que dá jeito se quiserem passar os troféus de matar um certo número de inimigos com uma determinada arma.
Se quiserem passar o jogo em Esmagador, têm de passar primeiro em Difícil, por isso se quiserem completar o jogo na máxima dificuldade, vão primeiro neste modo. Infelizmente, os Bónus de Munição Infinita, Mortes com um tiro, etc. só podem ser utilizados na dificuldade em que completaram o jogo, e abaixo desta. Por exemplo, se passaram o jogo em Normal, podem usar estes bónus em Muito Fácil, Fácil e Normal.
Mas o jogo faz um grande esforço por não ser repetitivo, seja desde a excelente resolução de Puzzles, em que têm de consultar o vosso diário se os querem resolver, as partes em que têm uma arma montada e disparam contra helicópteros e inimigos, as zonas furtivas, onde é aconselhável matar os inimigos corpo-a-corpo silenciosamente, se não estes começam a disparar sobre voçês e muito provavelmente morrem e os bosses, apesar do último ser ligeiramente fácil. Neste campo, não sou muito adepto de seres sobre-naturais, especialmente num jogo mais ou menos realista, como o Uncharted, mas isto justifica-se, como vão perceber lá para o final do jogo. E quanto ao final do jogo, não vos posso contar, têm de descobrir por voçês próprios, mas prometo-vos que vão viver intensas experiências até lá, desde o amor, ódio, traição, tristeza, alegria e compaixão. Este é um jogo para ser vivido e para ser acompanhado com carinho. Se vão jogá-lo só por causa dos gráficos e On-Line, então existem melhores apostas no mercado, mas se quiserem algo totalmente novo e inspirador, com uma história digna de cinema, então não há nada com Uncharted 2: Among Thieves.
O humor neste jogo está bastante bem conseguido, principalmente a tendência de Drake olhar para os rabos das suas companheiras. Um pormenor no mínimo hilariante.
Para acabar, este pode possivelmente ser o ícone da Playstation 3 e um grande e forte candidato a jogo do ano. Sem dúvida, uma história espectacular, com uma jogabilidade que, embora repetitiva, se pode tornar gratificante, um trabalho de vozes que merece ser aplaudido, e uns gráficos do outro mundo. Que se pode dizer mais? Obrigado Naughty Dog.



  • Gráficos - 10/10
Não há nada de mais puro e belo para encontrar nas consolas. As paisagens deixam-nos de queixo caído, as cutscenes parecem um filme, a água está perfeita, as armas detalhadas e a roupa muito bem feita. Há uma cena em que vão num comboio, cheio de palmeiras e árvores à vossa volta, a passar a uma velocidade alucinante. Aqui sentem mesmo a velocidade e o perigo de cairem ou levarem com um dos "semáforos" que ocasionalmente passam. Excelente"!
A pele, como já disse, precisava de esta ligeiramente mais retocada, mas nem está assim muito mal feita. Notam-se muito bem as expressões e os sentimentos, mas o que mais gosto, é dos olhos, especialmente da Chloe, que são de um brilho capaz de conquistar qualquer homem.
O sangue está muito bem feito igualmente, apesar de se manifestar pouco neste jogo, pois muitas vezes um inimigo leva um tiro na barriga ou na cabeça e morre sem jorrar qualquer gota de sangue. Não que isto seja mau, mas de vez em quando dá gozo ver saltar sangue dos inimigos.
As armas estão muito bem feitas, igualmente as explosões, que apesar de parecerem fracas, são bem poderosas.
A neve está excelente, com um branco frio e puro. As marcas deixadas pelos passos parecem bolhas, mas não são más de todo. A selva está espectacular. Nota-se completamente o ambiente selvagem e o calor que lá existe, e as árvores estão no mínimo perfeitas.
As secções de noite e em salas escuras estão também bastante bem conseguidas, especialmente uma onde têm uma tocha com fogo azul, resultante da queima da resina. A iluminação aqui está muito bem feita, com as sombras na direcção exacta como acontece na vida real.
Para concluir, gráficos fabulosos, que quebram todas as barreiras.


  • Jogabilidade - 9/10
Pode ser ligeiramente repetitiva, pois o jogo todo resume-se, tirando as outras partes de exploração, furtivas, puzzles, etc., a matar ondas de inimigos usando o cover. Mas se gostarem do tipo, nunca se vão fartar dele. E mesmo que não gostem, é difícil fartarem-se, pois varia muito, mesmo a matar inimigos, podem estar pendurados, escondidos, com lança-rockets, em fuga de uma perseguição, num comboio, entre outros.
Quanto à Inteligência Artificial, esta está muito bem deita. Nota-se mesmo como os inimigos vos tentam cercar, usando uma estratégia bem definida. E os que têm rockets ficam num sítio alto e lá atrás, de maneira a terem um tiro limpo, e para dificultar-nos a vida, já que acertá-los é difícil, quanto mais com dezenas de outros a mandarem-nos granadas e a fazerem fogo sobre nós. Sim, porque desistam da ideia de ficar sempre parado no mesmo sítio e irem-nos matando. Se assim o fizerem, passado pouco tempo vão começar a atirar-vos granadas, obrigando-vos a sair do local. E têm boa pontaria!
Também vai haver partes em que têm inimigos com escudo anti-balas, o que dificulta um bocado as coisas, visto que têm de acertar na perna, ou no braço num momento de distracção, para ele de seguida tirar o escudo devido ao impacto do tiro, e matarem-no. Mas mais difícil ainda, são, como já disse anteriormente, os "tanques", que absorvem quantidades malucas de tiros, e que estão equipados com uma metralhadora pesada. Isto está um pouco realista, pois ninguém consegue absorver assim tantos tiros, nem com o melhor do colete anti-balas, nem com uma armadura. O mesmo se aplica aos "mini-tanques" que vêm lançados a voçês com uma shotgun e também com um colete digno de respeito. Para os matarem, têm de lhes acertar na cabeça algumas vezes, para o capacete sair e poderem dar o Headshot da misericórdia. Em vez de balas, podem usar granadas que também são eficazes. Só não o deixem aproximar-se muito, pois se não, têm de correr para trás. Ou game over.



  • Som - 10/10

A colocação em Português está digna de um filme e a música não podia estar mais bem sintonizada com o ambiente do que já está. Esta especialmente dá-nos uma sensação de aventura e descoberta fenomenal.
O som das granadas podia estar mais "explosivo", mas o som das armas está muito bem conseguido.
Igualmente bem feito, está o som dos pássaros, quer no "assobio" destes, quer no bater das asas. Os grunhidos dos monstros que vão encontrar, não estão nada mal feitos. Afinal, são grunhidos.
O tibetano está excelente. Parece mesmo que estamos a ouvir a pessoa a falar na nossa sala, e ficamos mesmo chateados por não poder perceber o que elas dizem. Espectacular.
Concluindo, um som estrondoso, um trabalho de vozes digno de aplausos, e um ambiente como nunca visto.



  • Longevidade - 9.5/10
A solo dura cerca de 10h. Depois disto ainda têm o On-Line, quer em Competitivo quer em Cooperativo, onde existe um sistema de ranks bastante complexo. Há pouco tempo saiu o novo mapa na Playstation Store, que é gratuito.
Ainda têm o modo Esmagador, se quiserem uma experiência muito mais difícil (até porque este Uncharted é mais fácil, de um modo geral, que o primeiro), mas para o desbloquearem, têm de completar primeiro o Difícil.
Ainda têm os Troféus que dão alguma longevidade ao jogo, tal como os de matar um determinado número de inimigos com uma certa arma.
Ou seja, este jogo está bastante completo, com uma campanha de duração média, e que um On-Line sólido e consistente.



Opinião final - 9.5/10

Estavam a pensar que dava o 10, não é? Não, não vou dar, após uma série de hesitações.
O jogo está excelente em todos os aspectos, mas há algo que não bate certo e que enjoa um bocado a experiência.
Talvez a repetitividade, não sei. Só sei que há algo que desincentiva o progresso do jogo, embora em uma percentagem baixíssima.
Tirando isto, jogo brutal. Cutscenes dignas de um filme, pormenores excelente, humor a todo o gás, paisagens de cortar a respiração, On-Line sólido, enfim, tudo para ser o jogo do ano.
Pelos vistos, ainda não é desta que um jogo leva o 10. Mas está cada vez mais próximo, preparem-se.
Para concluir, é o jogo que os possuidores da PS3 merecem e que podem ficar orgulhosos.
Nathan Drake passa a a ser, assim, o ícone da Playstation 3.

Cumprimentos,


Lopes ;)



5 comentários:

Anónimo disse...

Eleito o jogo do ano.. e pelas criticas que ouvi (de jogadores) foi merecido! =)

André Lopes disse...

Aproveito o teu comentário, Sr. Nunes, para te agradecer a ti e a todos os leitores que lêem o meu blogue.
É por eles que todos os dias me esforço para fazer mais uma análise, mais uma antevisão, mais um comentário. E fazer isto tudo da melhor maneira que conseguir, dando o meu melhor, para fazer deste blogue, um blogue humilde, mas um blogue que é bom naquilo que faz.
Mais uma vez, agradeço a todos os que me acompanham. São voçês que fazem mover este blogue.

Cumprimentos ;)

Anónimo disse...

esse jogo tem portugues?

André Lopes disse...

Sim, o jogo é totalmente em português, mas é opcional.

Anónimo disse...

onde encontro este joo em portugues??

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