[Análise] Limbo



ANÁLISES





















Limbo foi lançado exclusivamente para a Xbox 360 a 21 de Julho de 2010. Só passado quase exactamente um ano, no dia 20 de Julho de 2011 é que os utilizadores da PlayStation 3 puderam deitar as mãos a este jogo. Quem o quer para PC terá de esperar até 2 de Agosto para o descarregar na Steam.

Veredicto

Hoje em dia a importância que se dá à componente gráfica de um jogo é tão grande que quase chega a superar a jogabilidade. A verdade é que se tivermos um grande FPS, por exemplo, mas com um visual pouco apelativo, as suas classificações descem consideravelmente, bem como as suas vendas. Só alguns clássicos resistem a esta geração gráfica, como os jogos do Mario ou Zelda. Mas o mais curioso é que estes sãos exclusivos da Wii. Sim, porque quem tem uma PlayStation 3 ou Xbox 360 adoraria ter estes clássicos, desde que com visuais em alta definição.
A importância da experiência que um jogo pode oferecer, o divertimento que podemos tirar dele (que é o que realmente interessa), tem-se perdido por entre as linhas da história dos videojogos. Limbo, da produtora Playdead, quer dar o "murro na mesa" e dizer: "vejam como consigo ser um bom jogo, sem altos gráficos".

A primeira coisa que salta à vista, e que é claramente diferente de quase todos os restantes jogos, é que Limbo não tem propriamente um menu inicial. Começamos logo com o jogo. Não nos dizem como é que o nosso personagem foi ali ter, a sua história, em que tempo se passa, nada. O que pode parecer à primeira vista mau, acaba por ser bastante interessante, já que só vamos percebendo o nosso objectivo à medida que vamos passando o jogo e dando de caras com uma rapariga misteriosa. Bem, parece que essa rapariga é a sua irmã desaparecida que tanto ele procurava.
Se a vai encontrar no final ou não, cabe a vocês descobrirem.

Por vezes podemos ficar parados, apenas contemplando
O visual de Limbo é diferente de tudo o que já vi anteriormente. Com as cores a serem constantemente o preto e o branco, a iluminação adiciona um pouco de medo, intriga e mistério à poção mágica. A verdade é que este ambiente não podia ser mais perfeito para o estilo de jogo que é Limbo. Resolver os constantes puzzles que o jogo nos oferece torna-se uma tarefa árdua, sobretudo quando entram numa sala completamente  às escuras e só conseguem progredir ouvindo o som (uma parte do nível secreto do troféu DING!). Já imaginaram ouvir apenas o som de serras eléctricas móveis a vir na vossa direcção? Como saberei quando tenho de saltar? Sim, é ouvindo e percebendo o padrão, mas falar é fácil...
Como é um jogo de plataformas, a câmera não deixa em nenhum momento os visuais 2D, o que até acaba por ser uma boa aposta.
A verdade é que a Playdead não quis fazer uns grandes gráficos para o Limbo, porque isso só iria acabar por tirar ao jogo aquilo de mais valioso que ele tem, a atmosfera.

Deixem-me só dar-vos um aviso: preparem-se para morrer muitas vezes. Este jogo trata-se sobretudo de tentativa-erro, o que pode tornar-se frustrante para os menos pacientes. Felizmente a Playdead esforçou-se em compensar esta parte colocando constantes checkpoints; se morrerem, renascem praticamente antes dessa armadilha mortífera.
E sim, os puzzles de Limbo são bem difíceis. Ao início não são nada "do outro mundo" (irónico, pois estamos no limbo) mas rapidamente percebemos que vamos sacrificar o nosso boneco, e ver muitas cabeças decapitadas, antes de chegar ao fim do jogo. No final do jogo verão secções que parecem praticamente impossíveis de passar, parece que falta algum objecto. Mas na verdade, apenas temos de pensar mais.
Um dos grandes pontos fortes é o facto de o jogo não ter loading nenhum ao longo de todo o jogo. A própria mudança de capítulos é imperceptível, não existindo nem uma felicitação sequer por termos atingido esse checkpoint. E nem o ícone de gravar automático irá perturbar a experiência de jogo. Tudo é feito carregando start e pausando o jogo. Esse é o único menu do jogo, onde podem carregar um capítulo, começar um novo jogo, mexer nas definições, etc. Não, não vos deixam sair do jogo. Também, para onde iriam não havendo menu inicial?
Limbo corre com uma fluidez de meter inveja a muitos jogos, nunca existindo quebras de framerate.
Se procuram algo extremamente desafiante e gratificante, o jogo da Playdead é uma excelente opção.

Salto fácil, mas verão como dificulta mais tarde
Uma das coisas também mais incomum é a ausência de qualquer diálogo ao longo do jogo todo, mesmo por escrito. A única coisa que ouvem são os efeitos sonoros do jogo, que geralmente significam novos perigos.
Como muitas vezes só irão ouvir os vossos passos, Limbo acaba por se tornar uma experiência extremamente envolvente e assustadora por um lado. Sem dúvida, o ambiente sonoro não podia condizer melhor com o estilo de jogo.
De resto, não há muito mais a dizer.

Um dos pontos fracos deste jogo é o de ser relativamente curto. Irão acabá-lo entre 4 a 6 horas. Depois disso podem tentar apanhar todos os ovos escondidos pelo jogo e fazer mais um par de Troféus/Achievements, que envolvem acabar o jogo com 5 como o número máximo de mortes e fazer o nível especial DING!. Já que falamos nisto, este nível é um dos mais bem feitos e entusiasmantes de todo o jogo. Ficamos 95% do tempo completamente às escuras, só podendo ver o brilho dos nossos olhos a mexer. As únicas secções visíveis são pequenos candeeiros que por vezes fundem. Misterioso no mínimo, não é?
Não irão ter grandes incentivos a repetir o jogo, mas devo dizer que a maneira como ele termina é sublime e repentina. Ficamos sem perceber como a história realmente acaba, mas esse é um dos seus grandes atractivos, podemos dar as interpretações que quisermos.

Concluindo, Limbo é um jogo arrebatador, inovador, diferente de tudo o que por aí existe. Pode ser frustrante para alguns, e até repetitivo em algumas partes. E sem dúvida que não irá agradar a todos, especialmente os fãs acérrimos de jogos de acção que não gostam de pensar muito.
De resto, os puzzles são sem dúvida fantásticos e demonstram bem a capacidade imaginativa de Arnt Jensen.

Logo ao início temos de fugir de uma aranha assustadora. A forma como a matamos...



Criativos, originais, criando um ambiente e atmosfera que dá um toque especial ao jogo. É verdade que não são nada comparado com jogos como Killzone 3 ou Crysis 2, mas esse não era o objectivo da produtora.
O preto e branco assenta-lhe que nem uma luva.



 A ausência completa de quebras de fluidez e de loadings é de louvar. A jogabilidade de Limbo é extremamente desafiante, mas ao mesmo tempo muito gratificante. Irão morrer muitas vezes, visto tratar-se de um jogo de tentativa-erro, mas os puzzles oferecidos demonstram uma imaginação extraordinária.
"Pensar antes de agir" é a frase imperativa.



 Pouca é a música que irão ouvir ao longo do jogo, mas não é por isso que não deixa de ter uma trilha sonora bastante boa. Aliás, está até à venda nos iTunes, demonstrando bem a qualidade da música de Limbo.
Os efeitos sonoros estão bem conseguidos. A atenção especial que a Playdead deu a esta componente bem se nota quando ouvir o som de armadilhas é fundamental para progredir.
Não há qualquer diálogo mas talvez tenha sido melhor assim.



Irão terminar a campanha em 4-6h. Depois disso podem tentar fazer mais alguns Troféus/Achievements e coleccionar todos os ovos escondidos.
Mas de resto pouco mais há para fazer.




Limbo oferece uma experiência completamente diferente de tudo aquilo que já jogaram. Sem precisar de altos gráficos ou diálogos extremamente realistas, a Playdead demonstra que, acima de tudo, o fundamental de um jogo é a sua mecânica. E a mecânica deste jogo é sem dúvida fantástica.
Para ser jogado dos 8 aos 80, Limbo está na lista dos 1001 jogos para jogar antes de morrer.

Muitas armadilhas aparecem de repente


Cumprimentos,

Lopes.



10 comentários:

Qu1cK disse...

Lopes, tens aí uma pequena falha. Logo no início do veredicto escreves-te "Hoje em...", mas esqueceste-te do "dia".
Ainda não acabei de ler a análise, mas queria chamar-te a atenção sobre esse lapso.
Cumprimentos

André Lopes disse...

Corrigido, obrigado Qu1cK.

Cumps.

Share Box disse...

Boas, estava a ver a critica e a pensar, vcs fazem mt coisa de jogos e assim, então porque não criarem uma tabela com um top

top mensal, semanal, recomendados....fica ao vosso criterio. mas era fixe k assim tb preenchia um poco akele espaço lateral k so tem a pub e mais nada....

fica a sugestão ;)

Qu1cK disse...

Excelente análise, bem estruturada e pormenorizada, estás de parabéns Lopes! Pelo que vi, partilhamos a mesma opinião sobre o jogo e também o recomendo a toda a gente (se leres a minha opinião no tópico de discussão, vês que é muito parecida). Acho que o jogo para a maioria dos gamers vai ser subvalorizado e vai passar ao seu lado, mas, enfim, quem perde esta experiência única são eles.

Não quero chatear-te, nem aborrecer-te, mas vi mais dois pequenos erros: antes da 1ª imagem tem "...voçês...", mas escreve-se "vocês" e no departamento do som, na última frase está "...tenho..." e acho que devias querer escrever "tenha".
No entanto, não são estes pequenos erros que estragam a tua óptima análise.

Continua a fazer boas análises e cumprimentos ;)

André Lopes disse...

@Vitor Alves
Boa sugestão, vamos pensar em fazer algo do género. Obgrigado. ;)

@Qu1cK
Obrigado pelos elogios! :D
Já corrigi os erros e não te preocupes, não aborreces, pelo contrário, temos o maior prazer em que nos corrigas.

Cumps.

Sandu disse...

Boas. A analise está 5* parabéns Lopes.
O jogo parece interessante. Mas não concordo muito com o preço.Devia ser mais baratinho.

Qu1cK disse...

@Sandu
Acho que o preço é o ideal pois, apesar da fraca longevidade, oferece-te uma experiência inovadora e sem comparação.

Cumprimentos

Sandu disse...

@Qu1cK Tens razão o jogo parece ser uma coisa diferente e inovadora. Tenho que experimentar primeiro e depois é que poderei criticar.

Cumprimentos.

Santarosa96 disse...

Acabei-o hoje. Que final, por momentos fiquei com a lágrima no canto do olho...

Anónimo disse...

@Qu1cKSe ele disse Hoje em, pra que ele vai colocar em dia, ele estará dizendo a mesma coisa 2 vezes

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