INÍCIO
Acessórios para consolas como o PlayStation Move sempre foram algo que dividiram muito as opiniões dos jogadores. Enquanto que o público mais casual sempre considera bem-vindas estas adições às suas consolas domésticas, os jogadores hardcore normalmente não costumam achar muita piada e raramente adquirem um.
Esta rejeição por parte de algum público deve-se, sobretudo, à falta de títulos mais adultos que são lançados para estes periféricos. Normalmente as produtoras preferem lançar jogos infantis para acessórios como o PS Move pois acreditam que o público alvo do jogo coincide com o do acessório, e assim os jogos hardcore acabam por ficar um bocado esquecidos e as companhias que decidem arriscar raramente se saem bem.
Quando foi anunciado na E3 de 2010, Sorcery foi um dos poucos jogos que fizeram os jogadores acreditar que aquele seria o título que os faria adquirir o Move. Focado obviamente para um público mais maturo, o jogo da The Workshop apresentava-se bastante interessante e cativante. Contudo, com o passar dos meses (e anos) acabou por cair no esquecimento. Até agora.
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| Podemos combinar feitiços para criar poderes devastadores |
A convite da Sony Portugal, fomos aos seus escritórios em Lisboa para testar a nova promessa do PS Move. A expectativa com que íamos não era das melhores, primeiro porque já tínhamos apanhado desilusões prévias com jogos para este acessório, e segundo porque é o primeiro trabalho desta produtora e estávamos receosos.
Contudo, as nossas dúvidas começaram a dissipar-se à medida que fomos progredindo no jogo. A primeira coisa que salta logo à vista é o competente trabalho de vozes. Gostámos particularmente da voz do velhote Dash, que é personificada por Carlos Vieira d'Almeida, que também já emprestou a voz a personagens da Disney, nomeadamente no filme "O Planeta do Tesouro". Podem contar, portanto, com um dos mais competentes trabalhos vocais que um exclusivo da Sony já mostrou.
Em Sorcery assumimos o controlo de Finn, um jovem aprendiz de feiticeiro que tem de usar as suas habilidades mágicas e viajar até ao centro do Reino das Fadas, para salvar o seu povo da Rainha do Pesadelo. O protagonista segue as pisadas de Dash, um dos grandes feiticeiros do Faerie Kingdom, e a acompanhá-lo na jornada tem a sua gata Erline.
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| Os inimigos vão variando e ficando mais fortes |
Pela história, podemos perceber que o mote é dirigido claramente para um público mais jovem/infantil. Além disso, durante o jogo iremos ter algumas pistas para o caminho que temos de seguir, como indicações luminosas ou com a ajuda da nossa fiel gata.
Contudo, desenganem-se se pensam que é um jogo fácil.
Sorcery é tudo menos pêra doce. A jogar na dificuldade Normal foram várias as vezes que dei por mim agitado a mandar feitiços para tudo o que é lado, numa tentativa desesperada para sobreviver. Mas antes, deixem-me explicar-vos a mecânica do jogo: fazendo uso do Move lançamos feitiços (tal como se tivéssemos uma varinha na mão), movemos pedras, abrimos baús, fazemos e tomamos poções, enfim, tudo o que é possível e imaginário. Com o Navigator controlamos o protagonista e fazemos uso de outras habilidades que deixo a vocês para descobrirem.
O jogo tem um breve tutorial introdutório, no qual temos que destruir algumas abóboras com poderes mágicos. Temos até que, numa parte do tutorial, lançar os feitiços com efeito (sim, é possível no jogo, e será necessário para alguns inimigos) para destruir as abóboras escondidas atrás de obstáculos.
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| Apesar de não impressionarem, os gráficos são agradáveis |
Foram aqui que começaram as minhas dificuldades. Mesmo com o comando devidamente calibrado, foram várias as vezes que encontrei dificuldade em acertar em inimigos. Por vezes (e na maioria dos casos) o comando respondia muito bem e conseguia acertar com precisão nos inimigos e fazer todas as outras coisas. Mas havia secções específicas que deixavam muito a desejar.
É possível que seja de mim e da minha falta de habituação ao Move. E tenho a certeza de que, com o tempo, vou-me habituando ao jogo e aprendendo a controlar melhor os feitiços.
Não se assustem se ao início encontrarem algumas dificuldades, há uma curva de aprendizagem inicial que é normal que sintam.
Os gráficos também se apresentaram bonitos. Mesmo numa versão de teste e a um mês do lançamento, o Unreal Engine deu beleza aos visuais de Sorcery, tornando-os bem agradáveis à nossa vista.
A jogabilidade também está bastante intuitiva e divertida. Se pudéssemos jogar com um DualShock 3, o jogo perdia metade da graça.
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| Sorcery não é um jogo fácil |
Por fim, mas não menos importante, posso dizer que finalmente encontramos um jogo que, apresar de apresentar uma história algo infantil, apresenta uma dificuldade digna dos jogadores hardcore. Os inimigos não são fáceis e vão evoluindo à medida que avançamos no jogo e os bosses que tivemos oportunidade de testar na nossa hora inicial de jogo foram difíceis.
Contudo, vamos aprendendo novos feitiços (e poderemos até lançar feitiços através de fogueiras para infligir mais dano), iremos mais à frente no jogo poder criar poções (teremos que polvilhar o Move se estivermos a adicionar um ingrediente em pó, ou verter como se tivéssemos a deitar líquido) e muitas mais novidades.
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Grau de expectativa
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Para concluir, Sorcery é aquele jogo que os fãs mais maturos estavam à espera. Apresenta uma história algo linear para os mais novos, mas uma dificuldade digna dos jogadores hardcore, sobretudo se jogarem no modo mais difícil. O trabalho de vozes é bem competente, os gráficos bonitos e a jogabilidade intuitiva e divertida. Resta-nos esperar para ver se a produtora conseguirá lançar um jogo fiel às expectativas criadas.
Agradecemos ao responsável do local, Filipe Marques, pela atenção e cortesia durante a apresentação.
Agradecemos ao responsável do local, Filipe Marques, pela atenção e cortesia durante a apresentação.
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