The Elder Scrolls Online - Primeiras Impressões



ESPECIAIS



Depois do sucesso gigantesco de The Elder Scrolls 5: Skyrim, a Bethesda surpreendeu-nos a todos quando anunciou que o seu próximo jogo da série seria uma variante multijogador, neste caso um MMORPG.

O meu interesse por este género de jogos nasceu com World of Warcraft, o qual joguei durante uns bons meses. Quando The Elder Scrolls Online foi anunciado, as minhas expectativas subiram ao topo. Tem tudo para dar certo: um universo fantástico, uma equipa de produção competente, ideias inovadoras, enfim. Foi, consequentemente, com felicidade que pude experimentar a beta do jogo, que decorreu de 7 a 10 de Fevereiro.


Contudo, devo dizer que o meu primeiro contacto com o jogo não foi muito positivo. A começar logo pelo enredo: achei pouco cativante e aborrecido, demasiado diálogo mesmo para um MMO. Sinto que a maior parte dos jogadores irá saltar várias sequências de diálogo, o que é uma pena visto que o jogo oferece um sistema de decisões, algo inovador neste género.

Contudo, toda a história do jogo me pareceu pouco chamativa: vai ali, fala com aquele tipo, vai agora ali, fala com o outro, mata 5 inimigos e volta aqui, fala com ele, etc. As quests são repetitivas e pouco divertidas, pelo menos nesta fase inicial do jogo que tive oportunidade de testar durante a beta.


Além disso, a quantidade de bugs é enorme. Desde quests bugadas, problemas de diálogo, erros gráficos, saltos no meio do ar, inimigos a ficarem paralisados... Sei que é uma beta, e que a grande maioria destes erros serão corrigidos na versão final do jogo, mas a verdade é que não contribuiu nada para a minha satisfação com Elder Scrolls Online.

E o pior de tudo é sem dúvida a criação de grupos. Tentei jogar com amigos meus e foi péssimo. Ao início nem sequer dava para os conseguir ver, estavam invisíveis para mim mesmo estando cara a cara. Tive que usar a função de viajar para a posição deles, mesmo estando a dois passos de distância (e mesmo assim não resultou à primeira).

E depois deste problema resolvido, não vi vantagem nenhuma em estarmos em grupo. O jogo não dá qualquer incentivo a criarmos uma party com amigos e fazer quests. Claro que com as dungeons e as batalhas gigantes com as alianças mais à frente será mais divertido, mas os níveis iniciais são aborrecidíssimos para quem quiser começar a jogar com um ou mais amigos.

E o sistema de profissões também está pouco intuitivo. O jogo explica mal como fazer as diversas actividades, como ferragem, alquimia, encantar as armas, etc., e consequentemente as vantagens de perdermos tempo com isso não são tão notórias.


Outro aspecto é a diversidade de raças e classes. Sinto que não havia diversidade suficiente de raças, e as poucas que gostava estavam vinculadas a uma aliança específica. E, como não é oferecida qualquer descrição ou história de cada uma das três alianças dentro do jogo, acabei por escolher aquela que tinha a raça que gostava mais.

Também achei o número de classes baixíssimo: só 4 classes! Ou seja, tenho que escolher entre um Dragonknight, um Sorcerer, um Nightblade e um Templar. A descrição que nos é fornecida de cada um permite-nos perceber o seguinte: Sorcerer é o típico mago; Nightblade são os ladrões/personagens furtivos que andam pelas sombras; os Templar conseguem dar vida, magia e stamina aos aliados e ainda dano aos inimigos; por fim, Dragonknight é uma espécie de mistura entre o guerreiro habitual e o mago.

Onde estão as classes de hunter, com arco e flecha? E as de tanque, com armaduras pesadas e grandes escudos? E os xamãs, que invocam criaturas e demónios da terra e usam a natureza? Tudo bem que estas quatro classes são variadas e conseguem fazer um pouco de tudo (e têm de se restringir ao universo The Elder Scrolls), mas mesmo assim achei pouquíssima variedade.

Sobretudo nos níveis iniciais, onde os jogadores aparentam ser todos iguais. Não sei de que classe eles são nem se estão muito avançados ou não, já que a maior parte das roupas e armaduras iniciais são demasiado parecidas e idênticas.


E por falar em jogadores, outro grande problema do jogo é a dificuldade de distinguir jogador de NPC. Sinto pena daqueles que se vão aventurar num MMO pela primeira vez, pois vão se dar conta muitas vezes de estarem a falar para o boneco. Devia ser mais clara esta distinção entre jogador e personagem do mundo, tal como outros jogos do género fazem e bem.

As magias da classe que escolhi, Dragonknight, são interessantes. Podemos puxar os inimigos para perto, deitá-los em chamas, arremesá-los para longe, aumentar a nossa armadura, ente outros. Gostei da variedade neste aspecto. A árvore das skills também está simples e intuitiva.

O que já não é tão intuitivo são os menus, com montes de separadores e opções que irá tornar a vida negra dos iniciantes. O jogo oferece um tutorial de cerca de 20 minutos, com algumas quests, que explica o básico de Elder Scrolls Online e alguns dos menus, mas não é suficiente para ficarmos completamente à vontade.


Mas nem tudo foi negativo nesta minha primeira experiência. Os gráficos são sublimes, por exemplo. Sem dúvida alguma, um dos melhores visuais que já vi num MMORPG. Consigo correr o jogo no máximo, pelo que posso afirmar que não é um jogo que puxará muito pelo PC (a não ser os 60GB de espaço em disco necessários). As paisagens são bonitas, e os modelos dos personagens bem feitos e realistas. As magias também estão bonitas, assim como a água e efeitos especiais.

Outro aspecto que gostei bastante é a fluidez de combate. Normalmente os jogos deste género são muito "parados" em duelos: o jogador clica sobre o rato em cima do inimigo e limita-se a ver o personagem derrotar o monstro/adversário, e a clicar em alguns botões para usar magias. Em Elder Scrolls Online, contudo, estive constantemente a movimentar-me, a saltar de um lado para o outro e a dar cambalhotas para me desviar dos ataques. Há ainda a possibilidade de bloquearmos habilidades especiais dos inimigos, algo que não é muito comum noutros jogos do tipo.

Em suma, a jogabilidade assemelha-se muito à de Skyrim, com a possibilidade até de jogarmos em primeira pessoa (embora eu prefira ver o personagem todo). É óbvio o objectivo da ZeniMax Studios em fundir o universo e características de The Elder Scrolls a um MMORPG cheio de jogadores e de vida. Contudo, receio que ainda não tenham conseguido.


Não me interpretem mal, The Elder Scrolls Online não é um mau jogo. É divertido e cumpre os requisitos básicos de um jogo deste género, contudo o grande problema é que não me vejo a pagar (e quando digo isto falo pela comunidade) 13€ por mês, quando existem outras alternativas gratuitas e até melhores em vários aspectos. Creio que a Bethesda teria mais a ganhar se tornasse este título grátis, ou pelo menos sem subscrição, e gerar receitas através de micro-transacções. Se a versão final for muito melhor que a beta, haverá hipóteses para The Elder Scrolls Online. Caso contrário, aguentará pouco tempo no mercado.

O jogo completo chega a 4 de Abril ao PC e Mac, com as versões para PS4 e Xbox One a serem lançadas mais tarde em Junho.



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