[Análise] Mario Kart 8



ANÁLISES





















Mario Kart 8 é o primeiro da série em alta-definição e um dos jogos mais aguardados para a Wii U de sempre. Uma das franquias que mais recordações da minha infância me traz, e eu já pude testar a nova obra de arte da Nintendo.

Veredicto

Mario Kart é das séries que mais influenciou os videojogos. Vários dos jogos de karting hoje em dia (e até de corridas no geral) foram buscar inspiração à mecânica de drifting e poderes especiais desta franquia.

A primeira coisa que senti quando iniciei o Mario Kart 8 na Wii U pela primeira vez foi um sentimento de nostalgia, que me trouxe à memória as fantásticas tardes passadas com amigos em Mario Kart: Double Dash para a GameCube. Tive a sorte de poder testar Mario Kart 8 grande parte do tempo com um parceiro, o que duplicou a minha diversão com o jogo.

Este é daqueles que deve ser jogado com amigos. Não digo que os que planeiem jogar sozinho não se irão divertir (claro que sim, e ainda há o online), mas as picardias com colegas sentados ao nosso lado no sofá, enquanto colocamos os replays em câmera lenta para vermos melhor aquela ultrapassagem, é dos momentos mais simbólicos da diversão unificada que os videojogos devem trazer.

A adição da anti-gravidade é muito bem-vinda

Os gráficos, como seria de esperar, é dos mais bonitos que a Wii U pode proporcionar. É pena que em ecrã dividido se perca um pouco dessa magia visual (ou quando estamos a ver pelo GamePad), mas em ecrã completo é absolutamente fenomenal.

As pistas são tão diversificadas e originais, e com paisagens esplêndidas, que por vezes até nos despistamos só a olhar para o cenário. O jogo corre fluidamente, nunca quebrando as taxas de frames mesmo nos momentos de maior caos, e acreditem que irão haver muitos.

E a banda sonora, claro, magnífica. Uma orquestra fenomenal que complementa majestosamente a emoção das nossa corridas. E a música de alguns circuitos, como o do Arco-Íris, trazem-me uma sensação de nostalgia deliciosa.

As motas oferecem uma jogabilidade totalmente diferente

A jogabilidade mantém-se fiel à série, como seria de esperar. Contudo, a adição dos troços anti-gravidade fornece ainda mais variedade ao jogo. Aqui, os carros derrapam mais e o embate entre veículos permite pequenos turbos de velocidade. Esta é também uma excelente maneira de possibilitar brincar ainda mais com o cenário, criando partes da pista de cabeça para baixo.

O drifting é essencial em Mario Kart 8, como sempre o foi na série aliás. É o que distinguirá os bons pilotos dos excelentes. Só há dois tipos de turbos de drifts: o azul e o laranja, que se obtém quando se drifta por um período superior. Além disso, derrapar obedece ao tipo de superfície em que nos encontramos: na água quase que capotamos e em doce, por exemplo, derrapamos muito mais.

Há novos itens, como a Planta Piranha que acerta nos adversários e apanha moedas, um auto-falante que atordoa os outros pilotos e obstáculos, um boomerang e ainda o especial Crazy 8 que nos dá oito itens de uma vez para usarmos. Estas adições refrescam a jogabilidade, conjugando bem com os clássicos de sempre. Um pequeno pormenor que gostei: a Lula que nos suja o ecrã está muito mais forte agora, dificultando literalmente a nossa visão.

Debaixo de água tudo é mais difícil

Mas o mais delicioso de tudo são aqueles pormenores trágicos/mágicos que ninguém sabe como aconteceu. Aquela carapaça verde que ressaltou não sei de onde e nos roubou o primeiro lugar, e a possibilidade de ver isso tudo com amigos no replay irá garantir vários momentos de risada e diversão.

É aqui que nasce a magia de Mario Kart 8. Podemos ter feito uma corrida excepcional, driftar com o timing perfeito, apanhar todos os atalhos. Mas uma carapaça azul acerta-nos mesmo antes de cruzar a meta e descemos para quarto lugar. Acreditem, aconteceu comigo e vai acontecer com vocês.

A verdade é que o jogo se torna muito mais fácil quando estamos a jogar sozinhos. A AI está muito melhor e mais agressiva, mas mesmo assim nada se compara com a precisão de um jogador real. Os 150cc são tão difíceis como seria de esperar, é um bom desafio conseguir as Três Estrelas em todas as copas.

Andar pelas paredes é das coisas mais divertidas em MK8

Não podia deixar de referir as secções de voo. É delicioso saltarmos de uma rampa e vermos o nosso parapente abrir-se em pleno ar. Controlá-lo é super-intuitivo e divertido, e as carapaças vermelhas agora também nos seguem no ar, causando o caos se nos atingirem no meio do voo.

A adição de moedas também é interessante, permite-nos desbloquear novos personagens, carros e acessórios, mas não gosto do facto de serem incluídas nas caixinhas surpresa. Já há suficientes espalhadas pelo cenário, e é horrível a sensação de nos calhar uma moeda quando precisamos tanto de outro item mais forte.

O que gostei imenso, por outro lado, é a penalidade muito menor por cair da pista. O Lakitu sentado na nuvem recolhe-nos muito mais rapidamente e coloca-nos prontos a retomar a corrida num ápice. Excelente.

Alguns dos novos itens são bem poderosos

O calcanhar de Aquiles de Mario Kart 8 será talvez a longevidade. Há apenas 8 copas no jogo, cada uma com 4 pistas. Demorei cerca de 2-3 horas para as percorrer todas. Sei que já é costume na série cada jogo ter 8 copas, mas a criatividade das pistas é tanta que ficamos a pedir por mais.

Além disso, só há um mini-jogo, o clássico dos três balões. Gostava tanto de ver o regresso de modos como Shine Tief ou Bob-omb Blast. E nem sequer há as pistas de arenas. São apenas utilizadas partes dos circuitos da campanha para o mini-jogo dos balões.

Fora a campanha e o modo Battle dos balões, há ainda os Time Trials, para tentar completar os circuitos no mínimo de tempo possível, e ainda o modo VS que permite até 4 jogadores se defrontarem, com ou sem CPU, customizando as pistas, karts, etc.

A criatividade das pistas é fantástica

Claro, não podia deixar de referir o modo online, que permite correr contra outros jogadores nas várias copas. Promete trazer grandes momentos de diversão e certamente irá estender muito a longevidade.

Por fim, há ainda a adição do Mario Kart TV que permite partilharmos os nossos replays com a comunidade e ainda fazer o upload para o YouTube.

Em suma, Mario Kart 8 é um jogo divertidíssimo, recheado de conteúdo e originalidade. Se tiverem a possibilidade de jogar com amigos, a experiência será espectacular. É pena o pouco destaque dado ao modo Battle. Continuo a achar que Double Dash foi o melhor Mario Kart de sempre, mas Mario Kart 8, considerando que é uma proposta diferente, é provavelmente o melhor da série.

Planar é dos melhores momentos do jogo



Cenários magníficos a uma fluidez constante de 60 FPS, sem a mínima quebra. É dos jogos mais bonitos da Wii U, a par com Super Mario 3D World, que mostram que a consola da Nintendo ainda consegue impressionar nesta nova geração.



Os controlos estão fluídos e a mecânica tradicional da série mantém-se: fácil de aprender, difícil de dominar. A adição de troços de voo e de anti-gravidade são uma lufada de ar fresco, juntamente com os novos itens e personagens. A criatividade das pistas é magnífica, e permite-nos desfrutar ainda mais de um jogo que, por si só, faz as horas passarem a correr.



Orquestra sublime, que complementa impecavelmente a emoção de cada corrida. Cada circuito tem a sua própria música, como um hino característico de cada região. O que se ouve na pista do Arco-Íris é um dos momentos mais nostálgicos de sempre, e que nunca me cansarei de ouvir.



É aqui que Mario Kart 8 peca um pouco. As 8 copas sabem a pouco, sobretudo com a criatividade dos desenvolvedores mais que demonstrada. A pouca atenção dada ao Battle Mode merece um puxão de orelhas, mas felizmente o online vem prolongar a longevidade. Ponto positivo para o Mario Kart TV, que só traz valor.



Sistema de pontuação
Mario Kart 8 correspondeu às expectativas e é, por isso, completamente obrigatório para todos os que tenham uma Wii U. As novas adições permitem uma jogabilidade ainda mais variada e divertida, aliada a um visual magnífico e uma orquestra sublime. É dos melhores jogos da Wii U e, muito provavelmente, o melhor da série.




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