Bloodborne - Primeiras Impressões



ESPECIAIS



A convite da Sony Portugal, fui experimentar uma versão preview de Bloodborne, o grande exclusivo PS4 agendado para o dia 25 de Março.

A minha experiência com os jogos da série Souls sempre foi uma espécie de "amor masoquista". Sou grande fã de todo o conceito de dificuldade, desafio e sentimento de conquista que cada jogo da série oferece, mas ao mesmo tempo a minha experiência tem sido algo... frustrante.

Quando Bloodborne foi anunciado para a PS4 a minha expectativa já era enorme, e tinha a certeza que a From Software e o génio Hidetaka Miyazaki iriam conseguir criar novamente um excelente título. E parece que não me enganei.


A secção que tive oportunidade de experimentar, na qual divaguei cerca de uma hora e meia, corresponde (e, por amor de Deus, não gozem comigo) ao vídeo de demonstração de gameplay dos "primeiros 18 minutos de Bloodborne", que termina com o primeiro boss "Cleric Beast". Mas já vou falar deste menino mais à frente.

Depois da cutscene inicial em que o "médico" de Yharnam nos dá um contrato, tive acesso ao processo de criação de personagem. Devo dizer que as opções são imensas e bastante completas. As texturas faciais e detalhes gráficos do rosto não são as melhores, mas as possibilidades de customização são imensas.

Para além de aspectos estéticos, que não influenciam o gameplay em si, podemos escolher o "passado" da nossa personagem (currículo militar, infância difícil, etc.) que irá influenciar os stats iniciais. Mas isso é a única coisa que podemos mudar em termos de atributos. Não há classes, nem habilidades, nem nada. As nossas escolhas de armas (e não só) ao longo do jogo é que influenciarão o nosso estilo de jogo.


Terminado o processo de criação, enfrentei a primeira besta, que eu já sabia que é propositado morrermos para ela, visto que estamos desarmados. O instrutor que me acompanhou durante a minha sessão de jogo contou-me que é possível derrotar esta criatura sem morrer, só ao soco, contudo ainda ninguém o tinha feito (dos colegas jornalistas).

Eu bem que tentei, mas o dano que dava era tão pouco que a morte se tornou inevitável. E despertei então no Hunter's Dream que funciona como uma espécie de área central em Bloodborne onde podemos melhorar as nossas armas, adquirir itens e viajar para várias localizações já desbloqueadas (através das lâmpadas que funcionam como as bonfires dos Dark Souls).


Foi aqui que pude escolher a minha primeira arma de entre três disponíveis. "Qual delas é o que o pessoal tem escolhido menos?" perguntei eu. "Ainda ninguém escolheu essa última", estavam a falar da Threaded Cane e parece óbvio porque ninguém a tinha escolhido: é uma bengala.

Contudo, o que é para testar é para testar, e tomei a coragem de pegar na bengala. Cada arma em Bloodborne, caso não saibam ainda, tem duas formas que podemos alternar pressionando L1. No caso da minha Threaded Cane, o formato normal é simplesmente uma bengala de curto alcance mas o segundo formato é um chicote de alcance muito maior e que consegue atingir vários inimigos ao mesmo tempo.

Foi assim que joguei praticamente a sessão toda, sempre em modo chicote. Não só é bastante mais útil para derrotarmos inimigos em segurança (se é que tal conceito existe neste jogo), mas também o dano em forma de bengala é praticamente o mesmo, pelo que não compensa usarmos nessa forma de curto alcance.


A jogabilidade de Bloodborne, como seria de esperar, é idêntica à dos jogos Dark Souls (e considerem isto como um aspecto positivo). Incrivelmente desafiante, mas com pequenas nuances que a distinguem dos antigos jogos da From Software.

Em primeiro lugar, não existe bloqueio neste jogo. Vai haver escudos no jogo mas os próprios produtores disseram que não serão grande coisa. A ideia mesmo é uma arma na mão, uma pistola na outra, e usar a esquiva para nos desviarmos dos ataques. Somos Hunters, e não tanks com armaduras pesadas e escudos enormes.


A outra arma que os pequenos Messegners nos dão a escolher da primeira vez que morremos é uma pistola, de entre três disponíveis. Optei pela Blunderbuss, que funciona mais ou menos como uma shotgun: ao longe não tira dano nenhum, mas ao perto tira dano.

Infelizmente, as armas (pelo menos nesta fase inicial) tiram muito pouco dano. Servem mais para desequilibrar alguns inimigos e "chutar" os cães para longe, que são leves, do que para matar.


Já devidamente equipado, voltei à parte inicial do jogo defrontar a primeira criatura e morri ainda assim mais uma vez. Apesar de já estarmos armados, continuamos incrivelmente fracos e dois ou três ataques são suficientes para nos matar.

Passando este primeiro inimigo, chegamos à cidade em si. Como já é familiar da série Dark Souls, não há mapa nem um único caminho a seguir. O objectivo é o jogador explorar e descobrir várias rotas diferentes de cada vez que morre até conseguir passar para a fase seguinte. Não haverá forma de passarmos ao lado do boss sem o derrotarmos, por isso não se preocupem que não estarão a ir pelo caminho errado.

Isto não significa, claro, que não hajam surpresas ao virar da esquina. Na minha exploração pela cidade encontrei alguns inimigos bem fortes que são um verdadeiro desafio. Matá-los não só é quase impossível como nem sei se é assim tão recompensador em termos de loot.


Os gráficos estão bastante bonitos: esta primeira parte inicial apresentava um pôr-do-sol lindíssimo sobre um castelo misterioso no horizonte, texturas bem conseguidas e uma quantidade de detalhe no ecrã surpreendente. O primeiro boss, por exemplo, está repleto de folhagem/ramos que claramente não seriam possíveis na geração anterior.

Infelizmente, isto sente-se na jogabilidade. Notei algumas quedas de frames em algumas partes que, apesar de não prejudicarem o gameplay, poderão incomodar alguns.

Relembro, no entanto, que é uma uma versão preview e que não sei o quão antiga é a build a que tivemos acesso, pelo que estes problemas poderão estar corrigidos na versão final.


Mas tenho de confessar e sublinhar o mais importante... adorei a minha primeira experiência com Bloodborne. A minha hora e meia de jogo passou a correr e tive pena de não poder jogar mais. Assim que cheguei a casa, só conseguia pensar em voltar para o jogo e tentar mais uma vez, descobrir mais alguma coisa, tentar uma nova estratégia...

A jogabilidade é incrivelmente viciante e desafiante. Morri várias, várias vezes, mesmo nesta primeira parte, nem quero imaginar mais para a frente. Mas, ao mesmo tempo, a sensação de recompensa é enorme quando conseguimos derrotar aquele inimigo mais difícil ou passar aquela parte mais complicada.


E não, não consegui derrotar o primeiro boss... Mas não fui só eu! Até à minha vez, só dois colegas é que tinham conseguido derrotar o Cleric Beast. Tentei de tudo: evoluí a minha personagem, comprei um set de armadura novo, comprei umas 10 Blood Vials (poções de vida), tentei usar o truque de ficar sempre nas costas dele, mas mesmo assim não consegui.

Somos devastados em apenas dois/três ataques, pelo que é um confronto longo de paciência e habilidade. Pelo que me contaram, os colegas que tinham conseguido derrotá-lo tinham ido com cerca de 20 Blood Vials (o que sai caro) e não com uma... bengala. A melhor arma para o início do jogo, pelo menos a mais útil all-around, é a Saw Cleaver. Foi esta a arma que a maior parte do pessoal e que os dois que conseguiram derrotar o boss escolheram.


Em jeito de conclusão, posso resumir tudo numa simples frase: depois de ter experimentado Bloodborne pela primeira vez, só consigo pensar em voltar de novo para a minha vingança.

A jogabilidade é incrivelmente viciante, o mundo é misterioso e extremamente interessante, os gráficos são bonitos e tenho a certeza que será um título para várias largas horas de jogo.

Se estavam na dúvida, não as tenham. Quem é fã de Dark Souls vai adorar Bloodborne, e quem não é fã tem aqui uma abordagem diferente que não deve deixar passar ao lado sem pelo menos experimentar. É, sem dúvida, o grande exclusivo que a PlayStation 4 estava à espera.

Vamos tentar trazer uma análise perto da data de lançamento do jogo, mas tudo irá depender da nossa habilidade e, pelo que já experimentei, vai ser bastante difícil e demoroso terminar o jogo todo. Prometo que darei o meu melhor, mas peço um pouco de compreensão da parte do leitor... É Bloodborne, caramba!



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