Freedom Wars - Análise



ANÁLISES





















Numa altura onde as consolas portáteis já não fazem o mesmo furor de há 10 anos atrás (muito devido às plataformas mobile), a Vita encontra-se num ciclo vicioso de negatividade. Apesar de tudo a sua rival, 3DS, encontra-se numa situação positiva com as vendas a chegarem às 50 milhões de unidades em todo o mundo. Então, qual será a grande diferença entre ambas? Muitos apontam devidamente para a ausência de lançamentos de títulos exclusivos, desenvolvidos em volta de um grande orçamento. No entanto, isso não é inteiramente verdade. A Sony anunciou no início de 2014 que tinha na manga três novos exclusivos em desenvolvimento: Soul Sacrifice Delta, Freedom Wars e Oreshika: Tainted Bloodlines. Chegou então a hora de apresentar uma análise ao, possível, melhor jogo de 2014 para a PS Vita.

Veredicto

O principal objectivo de Freedom Wars é tentar desvanecer a ausência de um Monster Hunter para a Vita. Sim, eu sei que esta afirmação pode ser algo rude e depravada, contudo não deixa de ser verdade. Não me interpretem mal, Freedom Wars é um jogo diferente que brilha pelas suas novas abordagens. Num mundo futurístico apocalíptico, controlamos uma personagem denominada de “Sinner”, que tem pela frente uma sentença de 1 milhão de anos por cumprir. Em ordem de baixarem a sentença e sobreviverem, os “Sinners” necessitam de lutar pelos seus Panopticons, ou melhor, cidades-estado subterrâneas que lutam entre si para reclamarem os escassos recursos existentes num mundo desolado. Para o bem e para o mal, Freedom Wars aposta na narrativa. Existem vezes em que podemos sentir que tal se intromete na fantástica jogabilidade, mas na minha opinião estabelece um equilíbrio total na experiência.


Antes de passarmos para o ponto mais forte do jogo, a jogabilidade, existem outros pormenores que fazem de Freedom Wars original e inovador. Vivemos num mundo com uma enorme densidade de regras e caso acharmos necessário desobedecê-las, pagamos o preço por tais acções. Por exemplo, no início não podemos correr nos espaços abertos do Panopticon por mais de 5 segundos, pois se tal acontecer somos penalizados com mais 10 anos na sentença. Pode não parecer muito divertido, mas enganam-se porque tais acontecimentos ajudam a enriquecer o sentimento de estarmos sob o controlo de regras abusivas. Admito também que traz um certo traço humorístico a um jogo inteiramente “pesado” no ambiente. Mas como podemos melhorar a nossa situação? Aqui reside mais uma excelente ideia por parte dos produtores! Ao completarmos as várias missões disponibilizadas ao longo da campanha ganhamos pontos que podem ser gastos para comprar equipamento visual, acessórios, armas e direitos humanos (por assim dizer). Existe um leque de opções que mantêm um interessante grau de relevância, como o direito de podermos estar em salas de alta segurança. Convém dizer que para avançarem na história precisarão de comprar alguns direitos obrigatórios.


Acima referi Monster Hunter. É aqui que começam a existir as tais ditas semelhanças. Em Freedom Wars teremos alguma variedade nas missões, como missões stealth, eliminar soldados de outras Panopticons, resgatar civis das garras de Abductors e eliminar esses mesmo Abductors. Este ultimo é sem dúvida o melhor tipo de missão que encontrarão em Freedom Wars. Abductors são enormes robôs, que têm como objectivo raptar os civis que se encontram nos Panopticons, sendo a nossa função destruí-los antes que estes consigam alcançar a sua meta.

A jogabilidade é, sem sombra de duvidas, o melhor aspecto neste título. A personagem é equipada com um gancho, uma arma de fogo e uma espada. Todos estes equipamentos podem ser melhorados, modificados e trocados. Os ganchos servem para colocarmos os nossos inimigos no chão, desprotegidos e prontos a serem atacados. Para além disto, os ganchos têm habilidades especiais, atribuída uma individualmente por cada tipo. Existem três tipos diferentes, sendo eles de ataque, defesa e recuperação de vida. Poderão optar por qualquer um antes de iniciarem a missão pretendida, contudo dentro da missão é impossível mudar de equipamento, podendo apenas utilizar o escolhido e outras armas encontradas no campo de batalha (com a exceção dos ganchos).

Os ataques são o normal obtido noutros títulos do mesmo género, com combinações entre ataques leves e pesados ou o simples uso das armas de fogo. A profundidade existente nos equipamentos transforma a experiência em volta de Fredom Wars. Existe tanta variedade nas armas, assim como a possível modificação das já obtidas que sentimos um grau “infinito” nas opções que nos são apresentadas. 


Outro grande aspecto a ter em conta são as opções multijogador presentes. Muito provavelmente, Freedom Wars tem o ponto máximo na experiência online e multijogador offline. Cada equipa vai até ao máximo de 4 jogadores, estando no ecrã cerca 16 personagens. Não deveriam ser apenas 8? São de facto 8 jogadores, no entanto cada “Sinner” é obrigatoriamente acompanhado do seu “Acessório”, ou seja, um robô que nos protege durante as missões e nos controla durante o nosso tempo “livre” nos Panopticons.

Existem vários modos multijogador, mas é o facto de podermos jogar a maior parte das missões da história com alguém “real” ao nosso lado que aumenta o divertimento. A dificuldade é um ponto negativo, já que esta acentua-se imenso nas últimas missões, algo que jogado com outros jogadores experientes de todo o mundo ajuda e bastante. O multijogador neste título é tão bom que me faz lembrar Metal Gear Solid: Peace Walker, já que o objectivo é o mesmo no final.

O grafismo é deveras bastante bom. Não chega aos calcanhares de Uncharted: Golden Abyss, contudo não devemos esquecer a vastidão de cenários que aqui se encontram presentes. A banda sonora é outro ponto positivo. Ao contrário do que estamos habituados em jogos como Monster Hunter e Soul Sacrifice, não é tanto medieval ou fantasiosa, mas sim mais pesada com uso perfeito de rock n’ roll. Assenta perfeitamente, tendo em conta o mundo criado em volta de Freedom Wars.




O grafismo é muito bom. Durante toda a minha experiência em torno de Freedom Wars, devo afirmar que não existiu qualquer tipo de bug ou falha nos modelos 3D, cumprindo a sua função.



O melhor campo neste jogo é a jogabilidade. Dentro e fora das missões, em modo online e offline, Freedom Wars consegue colocar-se entre os melhores jogos do ano, conseguindo não ser demasiado ambicioso e fornecer o melhor dentro das limitações da portátil. Apesar disto, pode tornar-se algo difícil em níveis mais elevados.



As vozes estão em japonês, algo que adoro pessoalmente. A banda sonora faz o seu trabalho correctamente, contudo não será relembrada no mundo dos videojogos.



Nada a apontar neste parâmetro. Em Freedom Wars temos tanto para fazer, descobrir e melhorar que será difícil não ficarmos felizes com o dinheiro gasto. Os modos multijogador prolongam imenso a experiência final, sendo sempre um título apetecível de jogar a qualquer altura.


A Japan Studio consegue mais uma vez fornecer um excelente exclusivo para os possuidores da PS Vita. O produto final é fantástico, deixando antever uma possível sequela para breve. Até confirmação do mesmo, Freedom Wars consegue diminuir o apetite por Monster Hunter para os fãs da Sony. Um título a não perder.



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