Ratchet & Clank - Análise



ANÁLISES




















O jogo baseado no filme, baseado no jogo... é esta a descrição do novo jogo da série, que não só é uma reimaginação do primeiro Ratchet & Clank de 2002 como também uma adaptação do filme que aí vem. E, para além disto tudo, é provavelmente também o melhor jogo da série.

Veredicto

Antes de mais, quero deixar já aqui bem claro: eu não joguei o primeiro Ratchet & Clank, portanto tudo para mim é novo e não vou ter aquele sentimento de nostalgia que muitos de vocês vão ter quando jogarem o título.

No entanto, isso também teve um lado positivo para mim porque me permitiu descobrir como Ratchet conheceu o Clank e toda a origem da sua história. Não sei como se passou no original, mas aqui o enredo e desenrolar dos acontecimentos é narrado por Qwark, que conta a história a um "companheiro de cela". Surpreendentemente, esta abordagem funciona bem, com algumas piadas do capitão aqui e ali.


Graficamente, a Insomniac Games fez um trabalho bastante competente. A qualidade visual está bastante próxima daquilo que podemos ver no filme, é sem dúvida o jogo mais bonito do Ratchet. No entanto, é de surpreender que o jogo apenas corra a 30 FPS, quando acredito que com melhor optimização era possível chegar aos 60 FPS. Já vi jogos mais bonitos nesta geração a 60 FPS.


“A qualidade visual está bastante próxima daquilo que podemos ver no filme, é sem dúvida o jogo mais bonito do Ratchet.


Acredito que a produtora não se tenha esforçado muito para atingir os 60 FPS, até porque querem manter uma framerate parecido à do filme e assim atingir uma melhor sensação de recriar o eventos do filme. No entanto, como já expressei anteriormente, sou da opinião que sob nenhum argumento é preferível termos uma framerate mais baixa num jogo.

Devo ainda referir que há algumas (raras, mas algumas) quedas de framerate no jogo. Acontecem sobretudo quando usamos várias armas ao mesmo tempo em vários inimigos, e portanto as várias explosões, efeitos e partículas no ecrã fazem cair a fluidez. É compreensível, não prejudica a experiência.


A jogabilidade é talvez o melhor aspecto deste Ratchet & Clank. Numa palavra: super-divertida. É fácil de aprender e user friendly (o que torna a tarefa fácil para a pequenada) mas difícil de dominar, no sentido em que se quiserem criar combinações espectaculares de armas terão de ter um grande domínio do jogo.

É um jogo bastante fácil no geral, demasiado até. As lutas com os bosses são razoavelmente simples e há bastante caixas de munições e vida espalhadas pelas arenas, pelo que não há grande problema.


“É fácil de aprender (...) mas difícil de dominar, no sentido em que se quiserem criar combinações espectaculares de armas terão de ter um grande domínio do jogo.”


Isto não quer dizer que não haja momentos de frustração. Por vezes há uns picos de dificuldade em certas partes do jogo em que temos de enfrentar vários tipos de inimigos ao mesmo tempo, mas se jogarmos com paciência e utilizarmos bem o nosso arsenal, tudo corre bem. O excelente sistema de checkpoints (que nos coloca na acção praticamente de onde morremos) também ajuda.


As armas são super-divertidas de usar e têm uma utilidade bastante diversificada. O lança-chamas, por exemplo, tira pouco dano mas é óptimo para afastar grupos de inimigos pequenos. Já o pixelizador é uma espécie de shotgun que tira imenso dano a curta-distância, mesmo a bosses. Temos ainda uma espécie de sniper, mas que é difícil de usar eficazmente pois necessita que acertemos nos pontos críticos dos inimigos.

Uma das minhas combinações favoritas é usar uma disco-bola que coloca os inimigos a dançar, de seguida espetar-lhes com uma granada proton drum que dá ondas de choque eléctricos numa área e finalizar com uma rajada de tiros do pixelizador, uma granada de fusão ou até mesmo usar o lança-mísseis. Devastador.

Uma das novidades é o D-Pad que nos permite alternar instantaneamente entre quatro armas, mas que achei obsoleto após começarmos a ter várias armas e querermos alternar entre elas todas.


O lança-chamas, por exemplo, tira pouco dano mas é óptimo para afastar grupos de inimigos pequenos. Já o pixelizador é uma espécie de shotgun que tira imenso dano a curta-distância, mesmo a bosses.


Há ainda um sistema de cartas que achei bastante desinteressante. Basicamente funciona como os cromos das cadernetas da nossa infância: apanhamos cartas ao longo do jogo e quando completamos um grupo ganhamos um extra para usar no Modo Desafio, que é desbloqueado depois de terminarmos o jogo.

Podemos ainda trocar cartas repetidas por novas. Mas no geral achei bastante obsoleto este sistema, pelo facto que não nos concede nenhuma vantagem nem a curto nem a médio prazo. O único grande atractivo é que nos permite desbloquear a Ryno, a arma mais poderosa do jogo.


Certas secções do jogo foram melhoradas em relação à versão de antevisão que tive oportunidade de experimentar. A mais evidente é o nível da nave em Aleero que está bastante mais fácil de controlar e menos penoso na diversão. Mesmo assim, continuo a questionar-me se deveria estar no jogo, mesmo tendo em conta que é um dos momentos cruciais do enredo.

Por fim, um dos momentos mais troll do jogo foi quando demorei quase 40 minutos à caça de 56 cérebros (se não estou em erro) na promessa de que receberia uma "recompensa espectacular" no final. Escusado será dizer que foi a maior desilusão que já tive este ano...


Um dos momentos mais troll do jogo foi quando demorei quase 40 minutos à caça de 56 cérebros (...) na promessa de que receberia uma "recompensa espectacular" no final. Escusado será dizer que foi a maior desilusão que já tive este ano...


Estava a contar receber uma Ryno linda, uma arma super-forte, uma armadura especial... Bem, nem vos quero estragar a "surpresa"... Descubram por vocês mesmos. Uma treta.


Joguei com as vozes portuguesas e não tenho grandes queixas a fazer, pelo menos estão bem melhores que as do filme (que chegam a ser irritantes em certas partes... porque não usaram as mesmas que a do jogo? Por questões de marketing, para atrair fãs da Luciana Abreu?).

A trilha sonora está competente, com a música adequada ao ritmo e cenas de acção do jogo, e os efeitos sonoros idem aspas.

Depois de completarem o jogo têm ainda o Modo Desafio, que vos permite recomeçar com as armas que tinham quando acabaram a primeira playthrough, mas com inimigos mais difíceis e com a possibilidade de evoluírem o vosso arsenal ainda mais.




É o Ratchet mais bonito de toda a história da série, como seria de esperar, com efeitos de partículas, texturas e paisagens lindas, e uma diversidade de cenários fascinante. No entanto, achei pena a falta de esforço para atingir os 60 FPS com o intuito de nivelar a framerate com a do filme. Uma decisão pouco acertada, a meu ver, mas que não prejudica em demasia a experiência.



Super-divertido e viciante de jogar, é daqueles jogos que nos fazem perder a noção das horas. É um pouco fácil de mais, pelo que recomendo começarem logo pela dificuldade Difícil (a não ser, claro, que não estejam habituados, ou tenham comprado o jogo para o vosso filho, etc.).
A diversidade de armas é fantástica, overwhelming até, e as combinações com as mesmas que podemos aplicar nos inimigos são fantásticas.



As vozes portuguesas são competentes, pelo que não perdem muito se optarem pela língua de Camões. No entanto, os fãs mais fiéis irão querer à mesma optar pela escolha segura das vozes originais. Às vezes os personagens não se calam e torna-se irritante, como o Mr. Zurkon que insiste em reclamar que estamos a perder o tempo dele a partir caixotes.
Fora isso, a trilha sonora e efeitos sonoros acompanham bem a acção do jogo.



A campanha gira em torno das 10-12 horas, se andarem a explorar os cenários em busca de parafusos dourados, fazer missões opcionais, etc. Depois de terminada, têm ainda o Modo Desafio que alguns certamente irão querer fazer para a Platina.
Tendo em conta o preço reduzido do jogo, é uma proposta bastante decente.




Sistema de pontuação
Este Ratchet & Clank é talvez o melhor que a Insomniac Games já nos trouxe. Super-divertido, viciante e engraçado, tanto para os mais novos como para os mais velhos. É não só um jogo que honra os fãs veteranos da série como também recebe de braços bem abertos os estreantes. Praticamente obrigatório para quem tem a consola.




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