Call of Duty: Infinite Warfare - Análise



ANÁLISES



Infinte Warfare é a mais recente entrada na série anual Call of Duty. Desta vez a acção passa-se no espaço, assumindo um cariz ainda mais futurista do que os jogos anteriores. Mas vale a pena jogá-lo? Vamos ver.

Veredicto

Se em Advanced Warfare já entrávamos um pouco no campo da ficção científica, com a introdução dos jetpacks e outros gadgets, então agora é que a Activision decidiu definitivamente dar tudo por tudo e ir para o espaço, incluindo lutas entre naves espaciais.


“(...) inspiração em Star Trek parece bastante evidente quando assumimos o comando da nossa nave. Até o típico "captain on the bridge" se encontra presente.”


A campanha situa-se num futuro muito distante, tão distante que até as naves do Star Trek parecem ainda menos avançadas que estas. Aliás, a inspiração nesta conhecida série televisiva parece bastante evidente quando assumimos o comando da nossa nave. Até o típico "captain on the bridge" se encontra presente.

A campanha entretém q.b., estando ao nível dos últimos jogos da série
As armas, os fatos especiais e jetpacks são tão futuristas que até causa uma certa confusão. Se já estão enjoados de jogos futuristas, armas loucas e correr pelas paredes, esqueçam Call of Duty este ano.


“Se já estão enjoados de jogos futuristas, armas loucas e correr pelas paredes, esqueçam Call of Duty este ano.”


O enredo consegue ser minimamente interessante para prender o jogador, mas a falta de carisma das personagens não ajuda. A figura mais interessante do jogo é provavelmente um robô, logo isso diz-nos muito acerca do quanto estas personagens têm vindo a perder carisma desde o Soap e Price dos bons velhos tempos.

Gostei do final do jogo por não ser o típico cliché que estamos sempre à espera, mas a campanha tem muitos momentos aborrecidos pelo meio.


“Infelizmente, as partes de stealth foram praticamente retiradas. No jogo inteiro só houve 5 minutos de uma missão em que nos tínhamos de nos infiltrar numa base inimiga(...)”


Infelizmente, as partes de stealth foram praticamente retiradas. No jogo inteiro só houve 5 minutos de uma missão em que nos tínhamos de nos infiltrar numa base inimiga, mas rapidamente voltámos a típica troca de tiros intensiva. É pena, as missões de stealth são das minhas favoritas desde a fantástica "All Ghillied Up" do COD 4.

A Inteligência Artificial dos nossos companheiros continua meio na lua
Em termos de multiplayer, a coisa está ainda pior. A total confusão. Tipos a correr pelas paredes para todo o lado, gadgets e granadas que nos matam nem sabemos de onde, armas claramente abusivas e killstreaks que só são divertidos para quem os usa.

Se em vários jogos do género (e até nos antigos Call of Duty) nos ensinam a avançar no terreno com precaução e procurando usar o cover como vantagem, aqui isso é inútil. A qualquer momento aparece um inimigo por trás, por cima, pelo lado por isso mais vale mesmo abandonarmos qualquer conceito táctico que subsista em Call of Duty e que seja tudo ao molho.


“As cutscenes são bem bonitas, desde a nova técnica de motion capture implementada em Advanced Warfare que as expressões faciais são fantásticas.”


Em termos gráficos, acho que todos já sabemos o que esperar. A Activision insiste em manter o mesmo motor gráfico desde Call of Duty 2 de 2005, o IW Engine. Claro que todos os anos o motor sofre melhorias e upgrades, mas é apenas uma areia mais bonita do mesmo saco.

As cutscenes são bem bonitas, desde a nova técnica de motion capture implementada em Advanced Warfare que as expressões faciais são fantásticas. E o facto do jogo correr a 60 frames por segundo sem quaisquer quebras é também um dos marcos da série.

Mas muita gente, incluindo eu, acha que já está na altura de implementar um motor novo que faça uso das capacidades desta geração. Não é como se houvesse falta de dinheiro para isso...

No multijogador há tanto coisa a acontecer que chega a ser um pouco caótico

Se não têm acompanhado Call of Duty nos últimos anos e decidem voltar a pegar neste preparem-se para um embate na forma a que estão habituados a jogar. É tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo no ecrã, tanto caos derivado de todas as ferramentas de ficção científica criadas para servir as mecânicas de jogabilidade que os programadores acham divertidas, que várias vezes nos perguntamos se sabemos o que estamos a fazer.

Depois temos unlocks para aqui, camuflagens para acolá, armas especiais que se desbloqueiam com caixas, outras que se desbloqueiam pela equipa que escolhemos, retículos para as armas, emblemas, personalizações para o fato... O nível de customização e coisas para desbloquear é tão grande que dificilmente teremos aquela sensação de conquista quando chegamos ao fim.

Há ainda um modo Zombies que segue mais ou menos a linha dos anteriores e, para quem gosta, deverá ficar satisfeito neste departamento. Pessoalmente, preferia o modo cooperativo de há uns anos, as Spec Ops, mas é uma questão de gosto.


  • Gráficos - 7/10
O motor é o mesmo de há 11 anos e, apesar de todos os anos ter vindo a ser melhorado, continuo a não apoiar a decisão da Activision de o manter geração após geração. Isto significa que sabem exactamente com o que contar: não são os melhores gráficos por aí, de longe, mas têm 60 fps sólidos.


  • Jogabilidade - 7.5/10
A acção frenética e desafiante continua lá, mas sinceramente acho que o número de coisas a acontecer atingiu um ridículo. A sensação de insegurança por exemplo no multiplayer, porque literalmente podemos ser mortos por qualquer coisa em qualquer direcção, não é algo que ajude a criar um espírito táctico e competitivo. Preferia quando havia menos bullshit com que lidar, uma jogabilidade menos caótica.


  • Som - 6.5/10
Não há muito que dizer aqui... Explosões, tiros, vozes, diálogos... todos eles estão aceitáveis sem haver algo que se destaque pela excelência. A trilha sonora da campanha não está má.


  • Longevidade - 6/10
Demorei cerca de 7 horas a terminar a campanha no modo Veterano, ignorando as missões secundárias (que ainda são algumas). Não há coleccionáveis, por isso o único incentivo a repetirem a campanha é o novo modo Specialist (desbloqueado após terminarem uma vez o jogo) em que a vida não regenera, tiros nos membros condicionam a nossa mobilidade e só temos uma vida para passar toda a campanha.
O modo multiplayer, infelizmente, achei secante, sem vida e com demasiada bullshit a acontecer.


Opinião Final - 6.5/10
Se são fãs incondicionais da série, força. Já sabem o que esperar e não vão ficar desapontados. Quem já está farto e acha que a série precisa de uma mudança, ainda não é desta.
Em três palavras podemos definir o Call of Duty deste ano: mais do mesmo. O facto de ter ido para o espaço não ajuda em nada e é um tiro no pé, na minha opinião. Numa altura em que os jogadores pedem um regresso às origens para um setting nos tempos modernos ou até a uma das guerras mundiais, a única solução que a Activision nos oferece é a edição Remastered do icónico Modern Warfare que vem com a Legacy Edition.



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