The Last Guardian - Análise



ANÁLISES



É para muitos um dos jogos mais esperados da última década. Está em desenvolvimento desde 2007 e desde que foi mostrado na E3 de 2009 que os fãs têm aguardado impacientemente. Saltou uma geração inteira e acabou por ser lançado na PS4. Valeu a pena a espera?

Veredicto

O enredo de The Last Guardian é relativamente simples: somos um rapaz de uma aldeia longínqua que um dia desperta, sem sabermos porquê, ao lado de uma criatura aparentemente ameaçadora mas à qual rapidamente nos afeiçoamos. E assim começa a aventura. Não posso mesmo detalhar mais a história sem revelar nenhum spoiler, pois a mesma anda a passo de caracol e só lá para o meio do jogo é que nos é explicado como é que fomos ali parar.


“A ligação que criamos com Trico (...) é fantástica e faz-nos lembrar filmes como o E.T. ou The Iron Giant.


A ligação que criamos com Trico, o nome da criatura, é fantástica e faz-nos lembrar filmes como o E.T. ou The Iron Giant. É com ela que vamos enfrentar todos os desafios, puzzles e inimigos pela frente, por isso é bom que se habituem a ela.


Em termos gráficos, o jogo deixa muito a desejar. Quedas constantes e irritantes para 15-20 fps num jogo que, se estivesse bem optimizado, correria a 60 fps. Nota-se claramente que grande parte do jogo foi produzido para o hardware da PS3 e o port para a PS4 ficou bastante mal feito.

Trico é possivelmente o aspecto mais bonito do jogo: a penugem está bem feita e os efeitos da luz a incidir sobre o monstro são lindos de se ver. Alguns cenários também estão bastante bonitos, como algumas zonas com vegetação.


Nota-se claramente que grande parte do jogo foi produzido para o hardware da PS3 e o port para a PS4 ficou bastante mal feito.


No entanto, acaba por aí. Tudo o resto, incluindo texturas, draw distance e até mesmo o próprio Trico deixam muito a desejar. Não me importaria tanto com a questão gráfica (até porque, como já referi antes, privilegio jogabilidade sobre visuais) se o jogo pelo menos corresse a uma framerate estável. Mas as quedas constantes tornam ainda mais difícil de suportar um jogo que graficamente já deixa a desejar.

Se tiverem uma PS4 Pro, as quedas são menos acentuadas e, geralmente, o jogo consegue aguentar-se nos 30 fps. Mas mesmo assim dá pena ver como o jogo está tão mal optimizado. 


A jogabilidade também é completamente arcaica. Desde bugs, câmara terrível, sistema de escalada inconstante, jogabilidade imprecisa, controlos "presos" e um completo desaproveitamento dos botões do comando, parece que estamos a jogar um jogo para a PS2.

Para quê atribuir duas acções ao mesmo botão se há botões ainda livres para usar? E a câmara então... preparem-se para puxar os cabelos várias vezes porque a mesma teima em auto-centrar para o pior sítio possível, focando paredes, zonas escuras ou até mesmo o rabo do bicho.


Ficar 10 minutos parado porque Trico teima em não obedecer às nossas ordens deixará alguns com vontade de atirar o comando à parede.


O mais desesperante é talvez subir em cima do Trico: várias vezes ficamos presos entre a perna e o tronco devido a paredes invisíveis, ou ficamos de pernas para o ar porque o controlo do rapaz enquanto escala é terrível.

Por fim, não posso deixar de referir a inteligência artificial: preparem-se, este é um jogo para o qual é preciso muita, mas mesmo muita paciência. Ficar 10 minutos parado porque Trico teima em não obedecer às nossas ordens deixará alguns com vontade de atirar o comando à parede.


Em termos de estrutura, este é um jogo bastante linear no sentido em que só há um caminho possível a seguir. O grande desafio do jogo é descobrirmos para onde temos de ir ou que alavanca puxar. Há algumas zonas em que efectivamente temos de puxar pela cabeça e é bom quando surge esse "ahhhh" de satisfação, mas a maior parte das vezes é mesmo só encontrar o próximo trilho.


É muito fácil de aprender as mecânicas do jogo até porque a dificuldade em si não está na skill e reflexos rápidos mas sim em olhar ao redor e perceber o caminho a seguir.


A mecânica de "combate" é diferente da que estamos habituados: nós não lutamos, Trico luta por nós. Tudo o que podemos fazer é ficar a assistir a luta de longe ou ajudar com certas tarefas-chave mais para o meio do jogo, que prefiro não revelar porque alguns poderão considerar spoiler.

E basicamente é isto a jogabilidade de The Last Guardian, em dois parágrafos ficam com ideia do que podem contar. É muito fácil de aprender as mecânicas do jogo até porque a dificuldade em si não está na skill e reflexos rápidos mas sim em olhar ao redor e perceber o caminho a seguir.


Mas afinal é tudo mau neste jogo? Não, claro que não. Podemos começar, por exemplo, pela fantástica banda sonora que complementa muito bem o espírito de aventura e sentimento de carinho entre estas duas personagens. A trilha sonora assume um tom mais tenso e até mesmo brincalhão quando em "combate" com inimigos, fazendo até lembrar o Jungle Book.

Mas talvez o ponto mais forte de The Last Guardian é aquele sentimento da aventura e jornada épica pela qual estamos a atravessar, algo que quem jogou Shadow of the Colossus ou Ico reconhecerá. Várias vezes enquanto estava na sala chegaram o meu pai ou a minha irmã e ficavam ali a ver-me jogar, porque realmente a ambientação do jogo está muito bem conseguida e dá vontade de descobrir o que está pela frente.


É uma jornada épica, cheia de percalços e emoções fortes, para todas as idades.


Por muito repetitivo que o jogo possa vir a tornar-se, esse sentimento é contra-balanceado pela vontade de jogar sempre mais um pouco. "Deixa só ver o que há aqui nesta área", é o que dizemos várias vezes para nós próprios quando pensávamos que já não nos apetecia jogar muito mais.

Esse é talvez o maior elogio que posso fazer ao jogo. É uma jornada épica, cheia de percalços e emoções fortes, para todas as idades.


Em termos de longevidade, demorei cerca de 12 horas a terminar o jogo. Digo isso porque ganhei o Troféu de completar em 15 horas ou menos e sei que demorei mais de 10 horas a acabar.


“(...) resta-me referir o final do jogo, possivelmente o mais emocionante que já vi em toda a minha história como jogador.


Para aqueles que almejarem a Platina: boa sorte. Há um Troféu que é acabar o jogo em menos de 5 horas para o qual é preciso muita, mas muita sorte. A maior parte do tempo de jogo não depende de nós, é esperar que o Trico obedeça aos comandos, por isso acredito que este é um dos jogos mais difíceis de platinar.

Por fim, resta-me referir o final do jogo, possivelmente o mais emocionante que já vi em toda a minha história como jogador. Inicialmente iria dar uma pontuação final um pouco menor mas, depois de ver o final lindo, tive que subir uns pontitos. Por favor, se estiverem com dificuldades em chegar ao fim pela raiva dos problemas técnicos, continuem. No final vai valer a pena.


Desde bugs, quedas absurdas na framerate para um jogo que se estivesse bem optimizado deveria correr a 60 fps, draw distance baixo e texturas que deixam a desejar, este é sem dúvida um dos jogos visualmente mais desapontantes dos últimos tempos.
Em alguns aspectos o jogo é bastante bonito, como nos momentos em que a luz incide na penugem de Trico, mas nota-se que o facto de uma grande parte da produção ter sido feita na PS3 prejudicou imenso o aspecto final.

Uma jogabilidade bastante arcaica e "presa" para os tempos que correm. Preparem-se para puxar os cabelos devido aos imensos problemas de câmera, sistema de escalada, comandos imprecisos e um desaproveitamento dos botões do DualShock. Mas o que irritará mais será mesmo o Trico. Percebo que este aspecto é intencional, na medida em que procuraram criar uma inteligência artificial semelhante à de uma verdadeira criatura, mas ficar 10 minutos à espera que o Trico obedeça para que possamos progredir é "demasiado real" para alguns.

Trilha sonora épica, à qual a única crítica que faço é o facto de não ser mais presente durante o jogo. Só se faz sentir em certos momentos como em combate ou cutscenes (que estão fantásticas, diga-se de passagem) e é pena. No final do jogo, então, a trilha sonora está qualquer coisa de espectacular.

Demorei cerca de 12 horas a completar o jogo (muito devido à inconsistência do Trico) o que, para um jogo de preço completo que não tem mais modos, passa por pouco o limite do satisfatório/bom. Há alguns incentivos para repetir a jornada, sobretudo para quem quiser a Platina mas para esses só tenho a desejar boa sorte para tentarem completar o jogo em menos de 5 horas.


Sistema de pontuação
The Last Guardian é sem dúvida um jogo que não é para todos. Os graves problemas técnicos prejudicam aquela que poderia ser a aventura mais emocionante dos últimos anos, e infelizmente isso afastará logo de cara alguns dos jogadores menos pacientes.
É um título para ser jogado com calma e sem stress, e para todos aqueles que o decidirem comprar só tenho a pedir: tenham a perseverança de ver o final do jogo, pois é algo que realmente é de louvar. E não o façam vendo um vídeo no YouTube, pois aí perde-se o conceito mágico de companheirismo e preocupação que Fumito Ueda tanto tentou recriar.




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