Malicious Fallen - Análise



ANÁLISES



5 anos após o seu lançamento original, a Alvion traz-nos Malicious de volta à actual geração. Mas será que conta com adições suficientes para que valha a pena esta terceira reiteração?

Veredicto

A Alvion é um estúdio que certamente pouca gente ouviu falar. Esta produtora ajudou no desenvolvimento de jogos de bastante sucesso, como Bayonetta, MadWorld, The Wonderful 101 e até Metal Gear Rising: Revengeance.

No entanto, a Alvion só tem um único jogo da sua única autoria que conseguiu despertar a curiosidade dos jogadores - Malicious, lançado em 2012 para a PS3. Um ano depois, Malicious Rebirth chegava à PS Vita com um novo capítulo e bosses. E agora chega à PS4, com todos os conteúdos das edições anteriores e alguns novos.


Esta nova versão traz os capítulos Sayer e Rebirth, da PS3 e PS Vita respectivamente, e dois novos: Pursuit e Demise.

Em termos gráficos, os visuais coloridos remasterizados assentam muito bem na PS4. A framerate estável a 60 fps não só permite uma jogabilidade fluída como é essencial para este jogo (deveria ser essencial para todos os jogos na verdade, mas isso é outra conversa).

Embora possa não parecer, Malicious tem até uma história bem interessante mas completamente posta de parte - o enredo ficou colocado num separador do menu inicial, obrigando o jogador a ler páginas de texto se quiser saber mais sobre a história.


Em termos de jogabilidade, Malicious é bastante straightforward. Os níveis são só literalmente batalhas contra bosses, não há qualquer progressão ou zonas anteriores até chegarmos ao chefe.

Embora seja possível, não devemos enfrentar o boss assim que entramos no nível. O sistema de HP do jogo está associado à Aura - o nosso personagem vai perdendo membros à medida que toma dano e a única maneira de restaurá-los é gastando Aura. Se perdemos todos os membros, morremos.

Como ganhamos Aura então? Derrotando os inimigos pequenos, ou minions, em grande número espalhados pela fase. Além disso, a Aura serve também para desferirmos golpes mais potentes, sem os quais praticamente não conseguimos infligir dano ao boss.

Portanto o esquema das coisas é basicamente o seguinte: entramos num nível, começamos a matar vários minions enquanto fugimos do boss, e assim que arrecadamos um bom número de Aura podemos começar a dar golpes ao boss.


Tenho de ser muito sincero - não é o meu estilo de jogo. Eu gosto bastante de jogos difíceis, mas Malicious é desnecessariamente difícil muito em parte devido aos controlos.

O esquema de botões é estranho: para podermos nos desviar para o lado temos literalmente de ficar parados um segundo e então clicar num botão; para trocarmos de armas e fazermos combos temos de usar o D-Pad, obrigando o nosso polegar a abandonar o analógico para nos deslocarmos; para fazermos lock-on a um inimigo temos de ficar a segurar num botão por um segundo, em vez de ser instantâneo.

A jogabilidade é um pouco presa em função destes factores. Se o esquema de combos e armas já é bastante incomum para jogos do género, o esquema de botões só torna o processo de habituação ainda mais demorado e penoso.


À medida que vamos derrotando cada boss, ganhamos novos poderes associados a esse chefe que acabámos de derrotar. Sendo assim, a ordem que escolhemos os níveis tem ligeira importância pois certas habilidades são úteis contra certos bosses.

No entanto, o jogo torna os bosses dos restantes níveis mais agressivos e com mais HP à medida que vamos passando cada fase, por isso a dificuldade vai sempre aumentando.

Resta ainda dizer que Malicious Fallen oferece suporte para a PS4 Pro, melhorando a resolução para um output não nativo a 4K.


Os visuais cartoonescos e coloridos, em jeito de anime, conferem um aspecto bonito ao jogo, sobretudo se levarmos em conta que se mantém a uma framerate de 60 fps quase sem quebras. Não é o jogo visualmente mais impressionante, claro, mas é bonito dentro da sua medida.

Malicious tem uma curva de aprendizagem penosamente longa. As primeiras horas serão desnecessariamente frustrantes enquanto o jogador não se habitua ao esquema de jogabilidade e botões diferente do habitual. Embora o tutorial do início seja bastante útil e completo, não é suficiente para deixar o jogador à vontade com as mecânicas e forma de jogar de Malicious, que o apanharão totalmente de surpresa assim que entrar no primeiro nível.

Uma trilha sonora bastante agradável que complementa muito bem as nossas batalhas com os bosses. Os efeitos sonoros também estão agradáveis, conferindo uma satisfação auditiva gratificante quando desferimos uma série de golpes. A única crítica prende-se com os grunhidos embaraçosos e repetitivos dos espectros da zona de escolha de fases.

A longevidade está muito dependente da vossa capacidade de se adaptarem ao jogo. Se rapidamente conseguirem dominar as mecânicas, chegam ao último boss em pouquíssimas horas. Mas se estiverem a debater-se com a curva de aprendizagem, cada nível vai ser frustrante e alguns bosses irão certamente levar-vos horas para os conseguirem derrotar.
Só os mais persistentes e pacientes chegarão ao fim.


Sistema de pontuação
Malicious Fallen é sem dúvida a versão definitiva de Malicious. Isto não significa, no entanto, que seja recomendado para todos: quem gostou da versão PS3 ou PS Vita, ficará muito satisfeito com esta versão PS4; mas se não ficaram agradados no passado, também não é agora que vão ficar. Só é pena não haver uma demo que possa satisfazer as dúvidas dos curiosos, porque certamente muitos gostam de Malicious Fallen e nem o sabem.




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