Nelson Zagalo é autor do livro “EMOÇÕES INTERACTIVAS, do Cinema para os Videojogos”, professor auxiliar na Universidade do Minho na área das Ciências Sociais-Ciências da Comunicação e presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências dos Videojogos. Nesta entrevista fizemos-lhe algumas perguntas sobre o que é e o que promove a SPCV.
Blog da Tecnologia: O que é a Sociedade Portuguesa de Ciências dos Videojogos?
Nelson Zagalo: É uma associação de pessoas da academia e da indústria, sem fins lucrativos, interessadas pelo mundo dos videojogos.
BT: Quais são os objectivos?
NZ: Dar a conhecer o que se faz em Portugal, e tornar o conhecimento do campo mais acessível em Portugal. De certo modo ajudar a solidificar a área.
BT: De onde surgiu a ideia?
NZ: Da necessidade de existir uma instituição que congregue as várias pessoas que se interessam pelo campo em Portugal. Face a projectos anteriores falhados, e com o lançamento da conferência Zon Digital Games 2008, resolvemos dar este passo.
BT: A SPCV tem actualmente vários projectos, como as conferências anuais “Videojogos” e a publicação de um livro sobre a História dos Videojogos Portugueses. Pode nos falar mais sobre ambos os projectos?
NZ: O livro é uma pedra fundamental no conhecimento de nós próprios, enquanto país criador. Neste projecto iremos apresentar o modo como Portugal reagiu ao aparecimento do novo media, como se posicionou no mundo, e o que conseguiu até aqui. Além disso pretendemos que se torne conhecido para todos o que já foi feito, para se poder potenciar com isso a relação entre toda a comunidade nacional.
As conferências anuais, pretendem abrir espaço à divulgação do que se vai fazendo ao longo do ano em Portugal, tanto na academia como na indústria.
BT: Quais são os requisitos para se ser membro da SPCV e onde deverá ser feita a inscrição?
NZ: O único requisito é gostar de videojogos. Para se ser membro basta ir à página da sociedade e seguir os passos.
BT: O que significa para os consumidores a criação da SPCV?
NZ: Isso terão de perguntar aos próprios. Mas a sociedade trabalha mais em prole dos criadores do que propriamente dos consumidores. Apesar de que toda a informação produzida e divulgada representa um passo adicional para os consumidores na possibilidade de saberem o que se faz por cá.
BT: E para os desenvolvedores?
NZ: Divulga as suas atividades, no site e na página do Facebook, tentando seguir praticamente tudo o que é produzido cá, e divulgando esse trabalho.
Para além disso abrimos espaço próprio nas conferências anuais para que estes possam apresentar os seus projectos e falar sobre eles à comunidade.
Além disso procuramos manter um canal de informação aberto continuamente que ligue todos os criadores de videojogos, facilitando assim a comunicação entre estes.
BT: Como vê a evolução da indústria portuguesa de videojogos na última década?
NZ: Foi exponencial, basta dizer que em 2010 Portugal produziu tantos jogos como nos últimos 25 anos. Estamos no bom caminho, mas temos de continuar a trabalhar.
BT: A indústria nacional de videojogos tem pouco peso quer em Portugal, quer a nível internacional comparativamente com outras formas de arte, como o cinema, a literatura e a música. O que falta em Portugal para que a indústria consiga vingar?
NZ: Não é um problema exclusivo dos jogos mas também do cinema, e já foi mais da música e literatura que entretanto se consolidaram.
O que é preciso fazer, é produzir e criar mais. Só criando mais poderemos chegar ao público. Não é apenas o mercado e o dinheiro, podemos fazer jogos mais simples e baratos, mas precisamos de os fazer. Precisamos de criar, e estamos a fazer isso neste momento o que é bom.
Cumprimentos,
Pedro Lourenço.
Categoria:
Entrevistas
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4 comentários:
Parabens blog. boa entrevista :D
ramadas
Muito bom !
Sandu.
Parbéns pela entrevista.
É bom e necessário conhecer o que se faze por cá.
Continuem.
Nice!
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