A Wii U chegou ao mercado há sensivelmente um ano, marcando o início da nova geração. Até hoje, a consola tem contado com um bom leque de jogos, que fazem jus à premissa de divertimento puro que a Nintendo defende. Contudo, faltava ainda o exclusivo que elevasse realmente o padrão da consola e que determinasse, para muitos jogadores, a sua compra. E esse exclusivo é Super Mario 3D World.
Veredicto
Todas as consolas Nintendo estão infestadas, no bom sentido, de jogos Mario. Aliás, não seria de esperar menos. É talvez a mascote mais conhecida, não só da companhia, como possivelmente também dos videojogos em geral. Com tantos jogos do famoso canalizador a serem lançados, confesso que esperava que Super Mario 3D World fosse apenas mais um.
Não sabia o quão errado estava.
Desta vez, não é a princesa Peach que é raptada |
Começando logo pelo aspecto visual. Já tinha testado New Super Mario Bros. U, por isso estou ciente do que Mario é capaz na alta-definição da Wii U. Contudo, 3D World é claramente uma melhoria em termos gráficos.
Talvez não tanto pelos efeitos em si, mas mais pela passagem para o mundo a três dimensões. A diversidade de elementos no ecrã ao mesmo tempo é tanta e com tantos pormenores que a experiência gráfica de 3D World foi a melhor que já vi na Wii U até hoje. Todas as fases, sejam no deserto, nuvens, água, etc. contam com um detalhe e fluidez impressionante.
Não digo que as capacidades da Wii U sejam aproveitadas ao máximo, pois é óbvio que ainda é muito cedo para tal, mas este é um bom exemplo de que a consola não fica assim tão atrás da nova geração como muitos pensam.
Sem dúvida, um requinte visual.
A diversidade e criatividade é incrível |
Mas aquilo que brilha verdadeiramente em Super Mario 3D World, e o que caracteriza todas os jogos da série, é a sua jogabilidade. Já todos sabemos o que nos espera quando começamos a jogar um jogo do Mario, pois a jogabilidade é universal. Mas isso torna a série enfadonha? Eu digo que não, desde que de título para título haja inovações e novos conteúdos que o justifiquem.
E foi isso que a Nintendo fez com este jogo. A jogabilidade intrínseca de Mario continua presente, se bem que agora a três dimensões, mas o grau de inovação é enorme. Arrisco-me a dizer que este seja talvez dos melhores jogos da série já produzidos.
A jogabilidade é muito fluída e "natural", de modo que ao fim de 5 minutos dominamos completamente todos os controlos que precisamos de saber (que, por si só, já são pouquíssimos).
E em 3D World nunca nos cansamos, de tão viciante que é. Cada mundo é uma zona nova, não só com uma paisagem diferente, como também com inimigos, elementos, poderes e puzzles novos. E não só, a cada dois níveis, aproximadamente, o seguinte é uma variação diferente do habitual género de plataformas: ora se trata de uma descida enorme numa colina até à meta, ou a enfrentar um conjunto de mini-bosses, fazer um mini-jogo com Toad (que conta com uma jogabilidade bem mais lenta que Mario, e não pode saltar), etc. A variadade é tanta que nunca nos cansamos. Quando o jogo começa a ficar repetitivo, 3D World brinda-nos graciosamente com um nível bónus totalmente diferente do habitual, como uma lufada de ar fresco, retomando depois o género clássico de plataformas.
Jogar com amigos é o cúmulo da diversão |
Mas o que torna a experiência inesquecível é jogar com mais amigos. O jogo suporta um cooperativo até 4 jogadores, muito simples: a qualquer momento, mais jogadores podem entrar no jogo. O multijogador não se trata de um modo à parte ou coisa do género, mas sim algo fundamental em 3D World. O jogo foi feito mesmo para se jogar com mais pessoas, o jogador apenas tem a hipótese de jogar sozinho. Os níveis e inimigos permanecem inalterados, quer estejam na consola 1 ou 4 pessoas.
Se, por um lado, isto torna mais fácil os níveis, também há o reverso da moeda: podemos apanhar os nossos companheiros e atirá-los, o que resulta numa autêntica barafunda e paródia. Quando estão os 4 em cima de uma plataforma móvel então é a balbúrdia. Quem iria resistir a atirar o seu companheiro para o abismo?
Além disso, cada uma das 4 personagens (Mario, Luigi, Peach e Toad) tem as suas características, embora não se notem assim tanto. As diferenças residem essencialmente na altura do salto de cada uma das personagens e na aceleração.
E a competitividade entre jogadores aumenta ainda mais com o item da Coroa. Quando um jogador vence o nível, obtendo mais pontos que os restantes, fica com uma coroa na cabeça, mas se morrer, por exemplo, um outro jogador pode tomar a coroa. Está-se mesmo a ver que o objectivo dos restantes será lançar o rei para fora do cenário para lhe ficar com a coroa...
A única desvantagem de jogar com 4 amigos é que a câmera se atrapalha um pouco quando estão muito separados uns dos outros. Fora isso, é brilhante.
Os puzzles com Toad são mais difíceis do que parecem |
Há também novos power-ups para Mario. Sobre o da capa do jogo, em forma de gato, a única coisa que podemos dizer é que é divertidíssimo. Não podemos revelar mais pormenores. E os restantes novos "fatos" não ficam atrás! Há uma cereja que duplica o nosso personagem, passando nós a controlar dois personagens ao mesmo tempo (e se voltarem a apanhar a cereja controlam 4). Há também Goombas que andam nuns patins de gelo gigantes e, caso os derrotemos, podemos andar em cima do patim. E por falar nisso, há até uma máscara de Goomba que podemos vestir.
A única coisa que peca mesmo são os bosses. Não o design dos mesmos, porque esse é excelente. Temos até um dos níveis em que temos de correr atrás do carro de Bowser, o que para além de hilariante é desafiante. Todos os bosses são variados, mas pecam por serem demasiado fáceis. Qualquer jogador minimamente experiente não encontrará grande desafio.
O touchscreen do GamePad pode ainda ser usado para imobilizar momentaneamente os inimigos ou para fazer deslocar certas plataformas. Estar a clicar no ecrã a meio do jogo não dá jeito nenhum, devo dizer, sobretudo quando temos de saltar entre plataformas e clicar nelas. Podemos ainda usar soprar para o GamePad, o que irá revelar de relance os itens invisíveis.
Um dos níveis permite-nos descer rápidos com um dinossauro |
Em termos sonoros, Mario está à altura dos restantes da série. A orquestra sonora é fabulosa e acompanha brilhantemente o ritmo do jogo. Ora acelera em luta contra bosses, torna-se alegre em níveis divertidos, ou assustadora nos níveis das casas de fantasmas. Sempre com o toque orquestral dos jogos da série, que nos dá a sensação de estarmos num verdadeiro teatro.
A longevidade fica um pouco a desejar. As cerca de 10 horas da campanha podem ser mais que suficientes para um "jogo normal", mas para Super Mario 3D World passam num instante. Os 8 mundos, sobretudo se jogarmos com mais jogadores, sabem a pouco (aliás, como é normal em todos os jogos da série). E ainda por cima, ao contrário de New Super Mario Bros. U, não há mais modos de jogo ou mini-jogos arcada. É apenas a campanha principal. Quer dizer, há também uma versão do Mario Bros. lançado em 1983 que podemos jogar após completar o jogo, ou se tiverem jogado New Super Luigi U, mas é algo que não entreterá muito.
Os novos itens e "fatos" são hilariantes |
Sem dúvida, dos mais mais bonitos que vi até hoje na Wii U. Detalhes e pormenores deliciosos e fluidez impressionante. Mario nunca pareceu tão bonito.
A fórmula clássica da série, mas com pequenos ajustes que tornaram tudo ainda mais desafiante e gratificante. Os novos power-ups e itens são bastante criativos e originais, e os mundos diversificados o suficiente para que não se tornem repetitivos. Jogar com amigos é o apogeu de 3D World.
A orquestra sonora continua brilhante, um autêntico mimo para o ouvido. Não só complementa muito bem o jogo, seguindo o ritmo da acção, como nos dá a sensação de estarmos num verdadeiro teatro.
O único ponto fraco do jogo. As 10h podem parecer mais que suficiente para alguns, mas 3D World é tão divertido que passam num instante. Há ainda mundos secretos para explorar depois de terminado o jogo, o que sempre é uma mais valia.
Sistema de pontuação |
Super Mario 3D World é a conjugação de todos os pontos fortes dos jogos anteriores da série, juntos num só título. É incrivelmente viciante, inovador, desafiante, bonito mas, acima de tudo, divertido. A Wii U finalmente encontrou o seu exclusivo de peso, e forte candidato a jogo do ano, capaz de por si só vender a consola. Escusado será dizer que é obrigatório para todos os que já tenham uma.
Categoria:
Análises,
Análises Wii U
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário