Nunca pensei que chegasse o dia em que tivesse de escrever uma crónica com este tema, mas depois de ler alguns comentários e opiniões tão inocentes por essa Internet fora, senti-me no dever de elucidar aqueles que mais precisam de auxílio.
Recentemente escrevi uma crónica, intitulada Geração Ilusão?, com o propósito de alertar a massa de jogadores menos informados para as estratégias de marketing desonestas de algumas companhias de videojogos que nos atiram areia para os olhos e vão-nos aos bolsos se não tivermos atentos.
Esse artigo gerou alguma polémica porque muita gente pensou que estava a desmerecer a capacidade gráfica da nova geração de consolas (que, para mim, continua questionável), quando na verdade apenas queria elucidar os leitores que nem tudo aquilo que as editoras dizem para vender os seus produtos são verdade.
Um dos jogos que mais marcou a minha infância, para a GameCube |
Como por exemplo que "30 frames por segundo a 1080p é preferível que 60 frames a uma resolução menor"... Eu sou do tempo em que Mario Kart: Double Dash era um dos jogos que mais prazer me dava jogar, e corria a 60 fps mesmo em split-screen com quatro jogadores.
Lembro-me da jogabilidade recompensadora e brutal de títulos e séries como Tekken, Gran Turismo, Soul Calibur, Ridge Racer, Burnout, Super Mario Galaxy, Super Monkey Ball, Crazy Taxi, Rayman, entre tantos outros que corriam a 60 fps. Isto em sistemas de duas, três ou mais gerações atrás!
A partir de quando é que deixássemos que invadisse a nossa cabeça a ilusão de que a componente gráfica de um jogo é mais importante do que a jogabilidade que este proporciona?
Um exemplo da fluidez que se perde quando se reduz a taxa de frames |
A partir de quando é que surgiu a ideia de que framerate é um conceito mutuamente ligado com a resolução e componente gráfica de um jogo, e não com a fluidez e tempos de resposta mais recompensadores?
E, por amor de Deus, a partir de quando é que começámos a acreditar que é preferível cortar a fluidez em metade para termos uma resolução com pouco mais que cem pixeis na vertical?
O meu primeiro first-person shooter, era um vício total no PC |
Aqueles que inocentemente acham que a diferença entre trinta quadros por segundo e sessenta é mínima, convido-os a voltarem uns anos atrás. Quando éramos um pouco mais novos e as editoras um pouco mais honestas. Quando não havia campanhas de marketing agressivas e promessas falsas. Quando um jogo era suposto ser divertido, e não bonito. E digam-me se conseguiriam jogar alguns dos títulos que acima referi com metade da fluidez.
As lavagens cerebrais deturpantes que surgiram com esta nova geração, como o clássico "olho humano não distingue bem a taxa de frames", fez gerar uma onda de polémica e revolta que dividiu a comunidade de jogadores e nos colocou uns contra os outros. Esquecemo-nos da nossa verdadeira paixão, o motivo porque estamos todos cá.
Lembro-me das tardes passadas a jogar isto em turnos com o meu primo |
Seremos sempre nós a ditar o rumo e a honestidade desta indústria. Seremos sempre nós que teremos o poder de honrar os mais justos, e punir os mais desonestos. Quando a falta de informação leva a discussões e polémicas sem sentido, damos rédeas livres àqueles que só nos querem explorar e não se preocupam minimamente connosco.
Parece que, momentaneamente, ignoramos a força que temos na união e paixão que nos move, a mesma que nos tem movido contra todas as críticas, preconceitos, censuras, discriminações e estereótipos. A nossa paixão paixão em pegar e partilhar um comando.
Categoria:
Crónicas
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