Distribuição Física vs. Digital



CRÓNICAS


Lançamento da Wii U, nos EUA
A humanidade é um fenómeno maravilhoso de toda a área da biologia. Mais do que isso, a possibilidade de inovar, evoluir e questionar o meio que nos rodeia faz de nós uma das espécies mais interessantes do universo. Com a junção de todos os factores anteriormente apresentados, os humanos conseguem criar aquilo que chamamos de “Arte”. Arte esta que nos proporciona momentos de entretenimento em tempos ocupados em demasia pelo trabalho. Filmes, séries televisivas, música e videojogos são meros exemplos das capacidades artísticas e intelectuais de uma espécie criativa e informativa. Mas como é que todas estas vertentes são apresentadas ao público comum? Por via da tecnologia. Quem não possui alguns CD’s de música dos Nirvana ou Queen? Quem não tem um DVD ou Blu-Ray (um pouco mais difícil eu sei) de um filme amado? Não me digam que não são possuidores de um videojogo, seja ele qual for! É deveras interessante como um pedaço de plástico pode conter tanta informação virtual. Contudo, os tempos mudam e as tecnologias inovam com o fluir desses tempos.

Cada vez mais, procuramos um acesso rápido e intuitivo ao acesso a conteúdo multimédia. Felizmente e/ou infelizmente a vida gira em torno de transformações e mudanças drásticas, sendo que para muitos tais acontecimentos tornam-se de difícil aceitação. Existe sempre alguma desconfiança em abraçar as novas distribuições digitais, pelo menos no que toca a videojogos. Sejamos sinceros, quem tem acesso à Internet já praticou pirataria. Eu próprio, infelizmente, já o fiz. Não me orgulho, contudo a vida não é um mar de rosas e ter poder de compra torna-se cada vez mais difícil. Mais do que sinceridade nos erros, há que ter sinceridade também nas boas abordagens. Tento, sempre que posso, apoiar as obras de arte de que tanto amo e respeito. Sempre que possível, comprar um videojogo, ir ao cinema ou pagar por um concerto faz parte dos meus interesses e é pena não poder gastar mais em todas essas actividades.

Lançamento da 3DS, no Reino Unido
O gastar traz responsabilidades acrescidas na nossa vida diária, daí a receção do digital ainda ser algo tabu. Devo dizer que os jogadores são do público que mais adora a compra de matéria física. Ao abrir um jogo, deparamo-nos com uma manual cheio de informação adicional ao título em questão. A arte da capa e o facto de ter algo manuseável e “real” nas nossas prateleiras, cria uma sensação de eterna ligação. Talvez esteja a exagerar, já que muitos jogadores preferem o formato físico apenas pela possibilidade de reaver parte do dinheiro mais tarde. O maior problema envolvem as licenças dos produtos que adquirimos. Para ser sincero, o formato físico também não passa mais do que uma mera licença, a diferença está que essa se encontra armazenada num disco considerado como nossa propriedade e não em servidores das empresas. 

O meu objectivo ao escrever este artigo foi de reflexão e desabafo. Gosto também de pensar que talvez sirva de exemplo para alguém. Confesso! Sempre preferi físico… até ter uma PS Vita e um bom PC para jogos, isto porque as empresas apostam cada vez mais nas vertentes digitais. É certo e sabido que nas plataformas caseiras, o formato físico reina, apesar de um créscimo na aderência do digital de ano para ano. Mas é na Vita que o digital encontra o seu esplendor. Poder levar vários jogos armazenados num só cartão de memória torna tudo mais portátil e rápido. Não existem perdas, roubos ou estragos/danificações nos produtos adquiridos. Para além disto, a Sony apresenta promoções na PSN cada vez mais semelhantes às da Steam. Excelentes jogos a preços inacreditáveis, algo que a Steam domina e sempre dominará a meu ver. Nem tudo é mau! Se os jogadores de PC devem alguma coisa é à Valve e a sua famosa plataforma digital. Eu que durante anos sempre colecionei de forma física, cada vez mais abraço de olhos fechados a distribuição digital. 

As Steam Sales são o pesadelo para muitas carteiras
Parte das críticas advêm dos pontos de venda de videojogos. Óbvio que com os formatos digitais, mais superfícies físicas irão fechar as portas. Contudo, os mercados serão sempre difíceis! Cabe a essas empresas evoluir com o fluir das mudanças. Nem todas terão a coragem e visão para tal infelizmente, mas na vida a sobrevivência é dos mais fortes e nestes novos tempos é dos mais “espertos”. Outra desvantagem é a ausência de internet em certas localidades, ou a fraca conexão da mesma. Todos estes factores são importantes, mas os baixos preços, rápida acessibilidade e a “infinidade” dos produtos faz com que a distribuição digital seja uma mais-valia. Continuarei a comprar jogos físicos, pelo menos sempre que tal seja possível, no entanto o futuro está nos meios tecnológicos digitais. Como indivíduo, sinto que tenho a necessidade de evoluir e acompanhar essa mesma evolução. Já ninguém vê filmes em VHS ou ouve música num walkman. Porquê? Porque com as necessidades e objectivos futuros nascem novos aparelhos que tornam tudo muito mais cómodo. Será essa transformação social e empresarial assim tão má? Se assim fosse não sentiríamos que os tempos mudam tão frequentemente.

Lançamento... bem, de alguma coisa
Não existe resposta que afirme qual o melhor tipo de distribuição. Ambas apresentam vantagens e desvantagens fortes e resistentes. O mercado é quem determinará qual a que mais se adequa às nossas vidas e é certo que vemos cada vez mais as pessoas a responderem com o digital. Enganam-se se pensam que um só consegue sobreviver se o outro deixar de existir! Vemos abordagens diferentes e originais todos os dias, tais como vender códigos voucher dentro de caixas físicas. O produto é digital, mas a sua apresentação é inteiramente física.

As nossas obras serão os produtos dos nossos tempos. Espero ver o mundo evoluir ainda durante largos anos, sendo algo que me agrada pessoalmente. Sempre que possa comprarei físico, mas o dia em que o digital dominar não terei dúvidas em fazer parte desse mundo.



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