Home: A Unique Horror Adventure - Análise



ANÁLISES


Versão testada: PS Vita


















O movimento indie nos videojogos tem demonstrado cartas impressionantes na criação de experiências memoráveis. Minecraft revolucionou a forma como os jogadores vêm estas pequenas pérolas, sendo que hoje em dia, todas as semanas, centenas de jogos independentes são adquiridos pelos mais variados jogadores.

Como forma de verificação deste mesmo processo, agora até as próprias consolas (principalmente a PlayStation) procuram captar a atenção dos criadores independentes e digamos que o resultado é na maior parte das vezes bastante positivo. Home: A Unique Horror Adventure afirma-se como mais um jogo a ter conta, isto num mercado cada vez mais preenchido.

Veredicto

Home não foge muito das orientações mais praticadas pelos produtores independentes. Possivelmente limitados pelo orçamento curto e por falta de tempo, apostam desenvolver os seus projetos com um grafismo retro, baseado na era dos 8-bits e 16-bits. No entanto, nada disto afeta a experiência esperada, podendo apenas afastar alguns jogadores mais exigentes nesta matéria.

O grafismo de Home é bom. Os cenários e as personagens estão bem executados, utilizando uma palete de cores cinzenta e fria. Resulta de forma maravilhosa, visto que se trata de um jogo de terror. Para além disto, o facto de visualizarmos apenas uma pequena área junto à personagem (devido à sua lanterna) faz subir os nossos níveis de ansiedade. Nunca sabemos o que poderá estar no “virar da esquina”, muito menos se teremos a devida coragem para seguir em frente. 


É fácil de perceber que este jogo bebe inspiração de Lone Survivor, outro fantástico indie de terror, que por sua vez inspira-se de na obra de arte que é Silent Hill 2. Home não faz nada de novo, mesmo assim tenta optar por caminhos diferentes que fazem de si um jogo a ter em conta. Baseado nos filmes mudos de outrora, em Home a história é narrada pelos pensamentos da personagem, aparecendo de forma escrita em ecrãs negros. Este aspecto traz alguma imersão, pois torna ainda mais sinistro/macabra a situação em que estamos presentes. 

A jogabilidade é por sua vez bastantes simples. Não existe um mapa nem qualquer tipo de inventário, o que significa que teremos de estar atentos ao caminho anteriormente percorrido. Não se preocupem, não é difícil lembrarmo-nos do percurso correcto e muito dificilmente ficarão perdidos, contudo terão de estar devidamente envolvidos na experiência. Home aposta na forma como a história é contada, mas também de como ela é acabada. O objetivo passa simplesmente por explorar os cenários em busca da nossa esposa perdida. Pelo caminho, encontraremos acontecimentos macabros para o qual não temos respostas… ou será que temos? 

Aqui reside o melhor aspecto de Home! Quanto mais explorarmos, mais respostas serão respondidas. Existem um conjunto de perguntas fulcrais para o entendimento da narrativa, no entanto somos nós quem decide o culpado e quem são as vítimas. No final, uma série de perguntas serão impostas ao jogador e cabe-nos “resolver” o puzzle intrigante. É certo que o jogo é bastante curto: cerca de uma hora e meia no máximo. Mesmo assim, este mesmo defeito joga em seu favor. Será difícil conseguir obter todas as respostas aos crimes visualizados, elevando a vontade de repetir a experiência para sabermos mais e mudarmos o culpado anteriormente acusado por nós. Isto faz com que a curta duração da história, torna-se acessível voltar ao mundo de Home.


O melhor elemento de toda esta obra é o som! Os arrepios instalam-se na espinha sempre que ouvimos um ruído mais forte sem estarmos à espera. A atenção aos detalhes secundários é claramente notada quando mudamos de divisão. Sentimos sempre que estamos a ser perseguidos, mesmo que seja fruto da nossa incalculável imaginação.

Apesar de excelente trabalho na imersão recriada pela experiência, devo confessar que a sua longevidade deixa algo a desejar. É verdade que acaba por resultar consoante a experiência inicial, como referi anteriormente, nem todos os jogadores poderão estar aptos a repetir o jogo novamente. No entanto, o preço estipulado faz com todos “os seus pecados” sejam perdoados.




A geração indie aposta fortemente em gráficos pixelizados pelas mais óbvias razões e Home não é diferente. Faz o seu papel com uma boa decisão de palete de cores, mas não espanta de forma alguma.



Simplicista e de rápida aprendizagem, a jogabilidade demonstra bem o que jogo quer ser: uma aventura interactiva num ambiente hostil e arrepiante. 



Sem sombra de dúvidas o melhor campo deste título. Em jogos de terror, quanto melhor forem os efeitos sonoros, melhor será passada a mensagem pretendida. Preparem-se para apanhar alguns sustos graças à banda sonora inteligentemente usada.



A duração da narrativa é bastante curta e, apesar de existir algum incentivo para voltar a jogar pela segunda vez, não obterão uma experiência assim tão diferente na próxima vez que o jogarem. 


Sistema de pontuação
Home é um jogo que vale a pena experienciar. Não evolui ou modifica a fórmula clássica de jogar uma aventura de terror, mas tenta aprofundar novas abordagens na maneira como conta a sua história. O facto de os jogadores terem algum poder na moldagem da narrativa faz com seja deveras interessante dar a oportunidade de nos infiltrarmos no seu mundo.



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