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ESPECIAIS



Spec Ops: The Line é daqueles jogos raros que tenta mexer com os sentimentos dos jogadores. Consegue apresentar uma jogabilidade divertida, viciante e meramente desafiante, porém é na narrativa que o nosso “consciente” estará inteiramente centrado. Acreditem ou não, na minha mente, toda a base criativa (grafismo, jogabilidade e som) faziam apenas parte do processo argumentativo. Confusos? Bem, eu próprio também me sinto. Sagas como Metal Gear, Final Fantasy e Silent Hill, tinham conseguido trazer-me este tipo de experiência anteriormente, portanto ter dado uma oportunidade a Spec Ops, ainda mais três anos após o seu lançamento, foi uma das melhores decisões que tomei na vida, enquanto apreciador de jogos.

Existem certamente filmes sobre conflitos de guerra que poderão ser considerados como simples obras-primas do seu tempo, ou até em certos casos intemporalmente. Dou o exemplo de "The Hurt Locker" (Estado de Guerra), "Full Metal Jacket" (Nascido Para Matar) e "Apocalypse Now", que marcaram a história do cinema com reproduções fidedignas dos horrores causados por guerras bem “recentes”. Spec Ops baseia-se claramente nestes exemplos, transportando assim um maior nível de seriedade aos temas abordados na indústria dos videojogos.

Isto pode passar para muitos de forma algo despercebida, mas esta foi uma missão suicida por parte da produtora Yager. Ao serem bem-sucedidos era possível atingirem um estatuto máximo de excelentes críticas, todavia se fracassassem iriam ter de suportar as críticas negativas referentes às suas abordagens, visto que muitos jogadores não gostam quando as produtoras tentam trazer “demasiadas referências” cinematográficas aos seus jogos. Felizmente, é com agrado que posso afirmar que a missão foi bem-sucedida. 


Controlarmos uma equipa de três elementos, num Dubai cheio de surpresas desagradáveis e realmente devastador. O medo de perdermos um colega de equipa é claramente constante, ainda mais quando temos tempo para nos afeiçoarmos às personagens. Spec Ops apresenta um futuro “algo alternativo”, mas que se mantém bastante fiel à nossa imaginação do sucedido. Dubai é agora palco de uma das mais emblemáticas missões governamentais, contudo apresenta ameaças que podem ditar o nosso fim a qualquer momento. Poderão pensar que as piores ameaças serão as físicas/reais, porém é o nosso nível psicológico que se apresenta como o nosso pior inimigo. 

Não existe uma constante em Spec Ops. Todas as decisões que tomamos parecem ser erradas, mas mesmo assim continuamos em frente, pregando no nosso cérebro a mesma desculpa de outrora: Não tínhamos escolha! Fizemos o que tinha de ser feito! Será que é esta a verdade? As verdades são duras de ouvir por vezes e acreditem que Spec Ops torna esse ponto bem evidente. Não seria justo escrever spoilers e estragar-vos a experiência que vivi, mas acreditem que não estarão à espera da reviravolta final.

Para além da história principal, podem ainda jogar várias missões em co-op online ou os já conhecidos modos multiplayer disponíveis. Este fator acaba por prolongar a experiência, contudo não apresenta nada de verdadeiramente novo dentro do género.

Spec Ops é uma criação profunda e magnífica. Por vezes, reparamos que existem elementos técnicos que provavelmente necessitariam de mais trabalho ou de um orçamento maior. No entanto, o resultado final é um produto criado com “amor” e “respeito” por parte da produtora, algo que deveria servir de exemplo para muitos outros trabalhos dentro da indústria. Caso sejam apreciadores de histórias inseridas em ambiente de guerra, façam um favor a vós próprios e joguem este jogo.

  • Plataformas: PC, PS3, Xbox 360
  • Lançamento: 29 de Junho 2012
  • Género: Acção/Aventura
  • Demo: Sim
  • Preço:19.99€ (Steam)
  • Duração: 6-7 horas
  • Número de jogadores: Single-player + Multiplayer



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