Fallout 4 foi a mais recente estrela da E3, tendo deixado toda a imprensa e jogadores boquiabertos com todas as novidades apresentadas. Não será difícil perceber que eu próprio penso diariamente em ter as minhas mãos naquele que poderá vir a ser o jogo do ano (quase certo). Mas como Fallout 4 ainda se encontra a uns meses de distância, de forma a saciar a “fome” produzida pela espera, vim aqui falar sobre o melhor jogo da série - Fallout 3 – e colocá-lo como Recomendado do Mês.

Antes de mais, Fallout 3 modificou a fórmula já conhecida da série. Normalmente, quando algo deste género acontece não é visto com muitos bons olhos, contudo a equipa por detrás desta mega-produção era a Bethesda! Bethesda é sinónimo de qualidade, grandiosidade, genialidade e humor negro. É sinónimo também de The Elder Scrolls e, caros leitores, devo dizer que esta última afirmação chega para não existirem dúvidas. Simplificando toda a estrutura do jogo, Fallout 3 é basicamente um The Elder Scrolls mas com armas de fogo. Será isso mau? Nem por isso, podendo até afirmar que poderá ser uma melhor experiência para quem não é fã do género fantasia medieval, mas que por sua vez que adora shooters. 

O início de Fallout 3 foi das introduções mais geniais que vi num videojogo! O jogo começa com o nosso nascimento, deixando à nossa disposição várias escolhas que dizem respeito à nossa imagem visual. Consoante as nossas escolhas neste campo, o nosso pai (nosso companheiro até certo ponto da narrativa) também será moldado com base nesses aspetos, de forma a ser mais parecido com a nossa personagem. Este aspeto demonstra a genialidade dos criadores e demonstra que pensaram em tudo.

Desde muito cedo que Fallout 3 nos demonstra que vivemos num mundo cruel. Ficamos logo de início numa situação constrangedora, isto porque vemos a nossa mãe a morrer após o trabalho de parto. Contudo a nossa relação com o nosso pai não difere, tornando as personagens ainda mais próximas. São apresentadas depois várias fases do nosso crescimento, servindo estas de tutorial para as diversas características presentes no jogo. No entanto, um dia acordamos e somos bombardeados com a notícia que o nosso pai fugiu da Vault. Para além disso, a Vault encontra-se num apocalipse brutal, visto que a abertura da mesma possibilitou a entrada de inimigos perigosos. É aqui que começam as verdadeiras escolhas! O nosso objetivo é sair da Vault e tentar encontrar o nosso pai, respondendo assim a todas as perguntas existentes. Mas para que tal aconteça devemos optar por um caminho sem violência e que faça uso das nossas capacidades comunicativas (obtidas nos testes anteriores). Contudo, nada nos garante que consigamos ter os valores necessários para essa mesma abordagem, deixando-nos sem escolha a não ser eliminar quem se colocar no nosso caminho. Ambas as escolhas terão consequências que poderão ser vistas mais tarde durante o jogo, no entanto não só estas como todas as escolhas terão certos tipos de proporções diferentes na nossa vida dentro deste mundo virtual.

Após uma longa e difícil fase inicial da nossa vida em Fallout 3, conseguimos sair da Vault e agora é que o jogo começa verdadeiramente. Abrimos as portas para o vasto e perigoso mundo, deixando os nossos olhos a absorver todos os raios de luz naturais do qual fomos privados durante tantos anos! Damos alguns passos cuidados e bastantes observadores de possíveis perigos próximos, ao mesmo tempo que pensamos no que fazer. Para quem não jogou os anteriores títulos da Bethesda, em todos os jogos não somos obrigados a seguir um caminho em específico. Somos donos totais da nossa liberdade, todavia este pormenor traz uma sensação esmagadora sobre os nossos ombros. Podemos seguir caminho e completar a narrativa principal, procurando pelo nosso pai e descobrir o que esteve por detrás das suas decisões ou podemos simplesmente descobrir localidades novas e completar as centenas de missões secundárias oferecidas pelos mais variados NPC’s presentes na Wasteland.

Em Fallout 3 a liberdade é a palavra dominante. Querem completar a vossa experiência em primeira pessoa, de forma a lembrar mais um shooter então digo-vos que podem fazê-lo sem qualquer entrave. Caso sejam como eu e prefiram jogar em terceira pessoa então força, não existe nada contra esse aspeto. Para além disto, podem ainda fazer o uso (ou não) do sistema VATS, que consiste numa modo de combate por turnos que nos deixa escolher partes do corpo exatas onde queremos atingir os nossos inimigos. Pessoalmente, coloco VATS como um dos sistemas de combate mais divertidos de sempre, aconselhando assim o seu uso de forma regular.

Fallout 3 é um jogo tão difícil de escrever, ainda mais em tão poucas palavras. Sejam vilões ou sejam um salvador da comunidade dentro da Wasteland (sistema de Karma), a escolha é completamente vossa! Os títulos da Bethesda conseguem sempre criar em mim experiências memoráveis, em que muitas vezes estas partem dos pormenores mais simples. Posso afirmar que o meu momento mais memorável de Fallout 3 foi quando encontrei o primeiro Super Mutant. Um mutante que é o triplo da minha personagem em nível de tamanho, força e vida, deixava qualquer um cheio de receio. Para além disso, eu encontrava-me no início da minha save, significando isto que possuía poucas armas, um nível de experiência baixo e uma armadura bastante fraca. Conseguir elaborar uma estratégia de sucesso para conseguir eliminar um alvo tão perigoso nunca foi tão divertido como em Fallout 3.

Resta-me apenas dizer que enquanto esperam pelo fantástico Fallout 4, experienciem um dos melhores RPG’s da geração passada, assim como um dos melhores jogos da Bethesda. Fallout 3 é um dos melhores jogos que joguei devido à sua vasta profundidade, mas é na liberdade de escolha que este título realmente se demonstra como um colosso do género. 

• Plataformas: PC, PS3, Xbox 360
• Lançamento: 29 de Outubro de 2008
• Género: RPG/Acção/Aventura
• Demo: Não
• Preço: 9.99€ (Steam)
• Duração: +100 horas
• Número de jogadores: Single-player