Tearaway Unfolded - Análise



ANÁLISES





















Quase dois anos depois de se ter estreado na PS Vita, Tearaway chega agora à PS4, numa edição Unfolded cheia de novidades e melhorias.

Veredicto

A Media Molecule possui uma imaginação fantástica. O lançamento de LittleBigPlanet para a PS3 em 2008 marcou uma inovação de conceito na indústria nunca antes vista: o jogador não só é aquele que joga, mas também aquele que cria e partilha.

Em 2013, a produtora lançou Tearaway para a PS Vita, algo se enquadra nos mesmos padrões "imaginativos e foras do ordinário" da Media Molecule, mas algo completamente diferente de LittleBigPlanet.

E agora, em Setembro de 2015, chega-nos a versão Unfolded para a PS4, recheada de conteúdos novos e mecânicas inovadoras. Eu não joguei a versão original para a PS Vita, por isso a minha análise irá basear-se somente na minha experiência com Tearaway Unfolded do ponto de vista de um primeiro contacto, sem nunca antes ter experimentado.


Tocando já no departamento gráfico, o jogo é um luxo. Não só corre  1080p e 60 FPS quase sempre estáveis, que deviam ser o standard desta nova geração, como também apresentam paisagens lindíssimas.

As texturas de cartão e jornais em que às quais a produtora foi buscar a imaginação conferem-lhe uma direcção artística de excelência, e várias vezes vão-se deparar a olhar para as paisagens (vejam algumas delas nesta análise, todas elas fomos nós que capturámos enquanto jogávamos).

E a variedade de cenários também é incrível: vão encontrar florestas, neve, desertos, fundos do oceano, aldeias, laboratórios, tudo!


A história não podia ser mais simples: controlamos um pequeno mensageiro, que tem a árdua tarefa de nos entregar uma carta que só iremos ler no final do jogo. Apesar do conteúdo da mesma ser algo previsível, não deixou de ser um bom momento quando terminámos o jogo e a lemos.

O uso do comando DualShock 4 é aqui feito de forma nunca antes vista. Continuam os standards dos jogos de plataformas: analógicos para controlar e girar câmera (que mesmo assim oferece vários problemas), xís para saltar, quadrado par apanhar itens e atirar, etc.

Mas o brilhantismo está em tudo o resto: desde o uso do sensor de movimentos para iluminarmos o mundo e interargimos com ele, desenhar no touchpad (é difícil!) vestimentas e objectos ou simplesmente criar uma rajada de vento e todo o tipo de interacções que são tão extraordinárias e imaginativas que simplesmente não consigo contar por aqui. Só jogando mesmo.

E preparem-se, este menino consome a bateria do DualShock 4 que é uma coisa louca...


Infelizmente, com estas funcionalidades vêm alguns problemas. Como disse, a câmera oferece frequentemente problemas e bloqueio de visão e as próprias lutas com os "inimigos" acabam por não ser assim tão interessantes.

Há várias maneiras de os derrotar, não me interpretem mal, mas simplesmente não é gratificante. Sobretudo quando a moeda do jogo, umas fitinhas como as de festas, apenas servem para comprarmos autocolantes para o nosso personagem, sem o podermos evoluir ou algo do género.

O jogo força-se imenso por diversificar, e há partes verdadeiramente brilhantes: andar em cima de um porco ou num avião de papel são fantásticas, mas infelizmente há vários momentos "mortos" onde andamos a vaguear pelo cenário na esperança que algo de fantástico aconteça.


Ainda se torna mais irritante quando o jogo não obedece aos nossos comandos, como quando temos que esperar que um companheiro controlado pela IA se decida a comer o que nos bloqueia o caminho.

Depois ainda há outros problemas: partes em que ficamos presos no cenário de cartão, a falta de desafio dos desenhos (o que quer que vos peçam, chapéus, luvas ou o que seja, façam um risco no touchpad e pronto, podem continuar) e até a própria personalização do boneco é algo fugaz.

Sempre que mexia na aparência do personagem, só sentia que o piorava e tornava mais estranho. Em LittleBigPlanet os outros jogadores poderiam ver o nosso personagem e havia a ânsia de comprar roupas fixes, mas aqui... qual a necessidade de perder tempo quando ninguém nos vai ver?


O jogo procura fazer uso de outros periféricos, como a PS Camera e até mesmo o vosso smartphone, mas não são essenciais. Apenas tornam a experiência mais engraçada em certos momentos.

Um dos grandes objectivos pós-jogo é irmos ao site fazermos o nosso próprio origami das personagens que descobrimos pelo mundo. A pequenada achará graça, mas os jogadores mais hardcore certamente nem lhe tocarão.

Dito isto, dá para ver que Tearaway Unfolded é um jogo que certamente não é para todos os gostos. Quem tem pouca paciência certamente não irá gostar, mas para os que procuram algo mais calmo e diferente, é absolutamente recomendado.

Para quem tiver filhos com 8-11 anos, é uma excelente escolha.


A banda sonora é espectacular, com músicas recheadas de espírito de aventura e emoção. Depois temos as vozes portuguesas, presentes apenas nos narradores do jogo (únicas personagens que falam) que estão muito, mas muito bem recreadas. Não podiam haver vozes nacionais que assentassem melhor. Faz até lembrar um desenho animado.

Devo ter demorado umas 10-12 horas para terminar o jogo, com alguma exploração. Infelizmente, não há interesse em repetir uma segunda vez, a não ser que queiram coleccionar tudo e ir para a Platina.  O único pós-jogo presente é basicamente partilharmos as nossas fotos no site do jogo e fazermos origami.




Arte conceptual brilhante, recheada de coles coloridas e paisagens variadas de cortar a respiração. Os 1080p e 60 FPS estáveis ajudam a tornar Tearaway Unfolded ainda mais apelativo visualmente, numa autêntica experiência viva e recheada de imaginação.




A maior parte dos momentos são parados e sem grande acção, até as lutas com os inimigos não oferecem grande desafio quando temos respawns imediatos em menos de um segundo. O uso do DualShock 4 é genial, mas certos problemas de câmera, cenário e controlo de movimentos fazem-se notar demasiado.




Banda sonora fantástica, recheada de vida e espírito de aventura. Enquadra-se na perfeição a cada cenário do jogo. A dobragem para português está com imensa qualidade, apesar de só existirem duas personagens que verbalmente comunicam (os dois narradores).



Simplesmente não há motivos para repetir após termos terminado o jogo em cerca de dez a doze horas. Haverá quem queira apanhar todos os itens e ir para a Platina, mas a maioria dos jogadores encostará na prateleira.



Sistema de pontuação
Tearaway Unfolded é certamente um jogo que não é para todos os gostos. Alguns acharão o conceito e uso do comando verdadeiramente genial, enquanto outros acharão o jogo demasiado parado e entediante. Para aqueles que procuram uma experiência fora do comum, calma e engraçada, está aqui uma excelente oportunidade para nos deixarmos invadir por um mundo diferente do que estamos habituados.



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