Star Wars Battlefront - Análise



ANÁLISES


Versão testada: PS4



















Era talvez um dos jogos mais aguardados deste ano, sobretudo para os fãs do universo Star Wars. Uma produtora de renome, como a DICE, pegou no nome da franquia para produzir um shooter em primeira pessoa multiplayer. O resultado? Depende das expectativas de cada um.

Veredicto

Devo desde já começar por dizer que Star Wars Battlefront é talvez o jogo mais bonito que já vi nesta geração. A versão que analisámos, para PS4, corre a 60 FPS constantes com uma qualidade visual estonteante.


(...)  é das experiências audiovisuais mais altas desta geração.


Os efeitos são espectaculares, as texturas estão boas, os mapas são vastos e lindos de se ver, enfim, a DICE fez um trabalho notável com Battlefront. Ver um Walker gigante caminhar à nossa frente pela floresta de Endor, enquanto as suas patas gigantes pisam um riacho e tentamos avançar contra os Rebeldes, é das experiências audiovisuais mais altas desta geração.


Em termos gráficos, praticamente nada pode ser apontado a Star Wars Battlefront. Os problemas começam a aparecer quando começamos a falar do conteúdo. Uma das grandes críticas apontadas é a ausência de uma campanha tradicional, com história, capítulos, etc.

Em primeiro lugar, não podemos avaliar um jogo por aquilo que ele poderia ser, mas por aquilo que ele se predispõe a ser. Star Wars Battlefront é um jogo apenas multiplayer. É essa a proposta da DICE, e é com isso que temos de viver.


Quem quiser ter o conteúdo completo terá de gastar 120€. O preço de quase dois jogos por um que apenas contém multiplayer.


Por outro lado, se o conteúdo é menor do que em um jogo tradicional, com campanha e muliplayer, o preço também deveria ser menor. E não é isso que acontece em Star Wars Battlefront, que foi lançado a preço de jogo completo e ainda com um Season Pass de 50€.

Quem quiser ter o conteúdo completo terá de gastar 120€. O preço de quase dois jogos por um que apenas contém multiplayer.



A falta de conteúdo não é só a ausência de uma campanha. A quantidade de mapas é ridiculamente baixa. Nos dois modos principais do jogo (Supremacy e Walker Assault), apenas há 4 mapas disponíveis! Ao fim de duas horas já nos fartámos de jogar os mesmos mapas.

Há mais mapas disponíveis nos outros modos, mas são variações dos mesmos já existentes e em menor escala porque se destinam a modos para menos jogadores. Modos já vistos em outros jogos, como apanhar a bandeira e team deathmatch, que foram incluídos em Battlefront com o intuito de encher mais conteúdo.


Nos dois modos principais do jogo (...), apenas há 4 mapas disponíveis!


Então e não haverão mais mapas? Claro, estão planeados mais 16 mapas, mas para isso é preciso pagar 50€ pelo Season Pass...

Os únicos modos verdadeiramente novos e apelativos (e que se encaixam no universo Star Wars), são o Supremacy e Walker Assault que já referi, Fighter Squadron e Hero Hunt. Os restantes pouco atraem e apenas servem para desanuviar um pouco de vez em quando.


Os problemas de balanceamento também são graves. Um caso particular é o do mapa da neve Hoth, no modo Supremacy, que claramente favorece o Império. Perto do final da partida, os Rebeldes ficam presos na base sem conseguir sair (conhecido como spawntrap), devido ao desbalanceamento do mapa.


(...) o Boba Fett e o Luke são demasiado poderosos, possibilitando killstreaks de dezenas de mortes antes de morrerem (...)


Também as armas precisam de ser balanceadas. Para além do número ser bastante baixo (11, para um jogo apenas multiplayer), a última arma que se desbloqueia, a DL-44, é claramente forte demais, matando com dois tiros ou apenas um se for na cabeça.

E, adivinhem, esta arma está desbloqueada desde o início para quem tivesse feito a pré-reserva...


Também os Heróis estão um pouco desbalanceados, no sentido em que alguns são claramente melhores que outros. No geral, gosto do sentimento de sermos um deus que o jogo nos oferece quando jogamos com um dos Heróis, acho que é assim que nos devemos sentir quando jogamos com uma destas personagens.

No entanto, o Boba Fett e o Luke são demasiado poderosos, possibilitando killstreaks de dezenas de mortes antes de morrerem, enquanto que alguém como a Leia pouco consegue fazer pela equipa a não ser deixar uns escudos pelo caminho.


O sistema de respawns é mau, dando por mim várias vezes a renascer no meio da equipa adversária. O jogo permite-nos emparelhar com um jogador e renascer em cima dele, mais ou menos como Battlefield, mas pior.


O sistema de respawns é mau, dando por mim várias vezes a renascer no meio da equipa adversária.


Isto porque não temos a possibilidade de manualmente nos emparelharmos com um parceiro durante o jogo, como em Battlefield, sendo portanto este processo aleatório. Várias vezes fiquei partidas inteiras sem ser colocado com alguém.


Os controlos dos veículos são esquisitos e dá a ideia de que a DICE foi um pouco preguiçosa neste aspecto. É bastante confuso decorar porque algumas naves controlam-se só com o manípulo direito, outras com o manípulo direito e esquerdo, outras apenas com o manípulo direito mas o esquerdo ajuda um pouco na direcção...


O veículo mais espantoso visualmente são as Speeder Bikes que, no entanto, são praticamente inúteis.


O veículo mais espantoso visualmente são as Speeder Bikes que, no entanto, são praticamente inúteis. Apenas as podemos conduzir no mapa Endor e as colisões com uma árvore ou rocha a cada 15 segundos são quase inevitáveis. Escusado será dizer que, se já conduzi-la é difícil, imaginem conseguir apontar a alguém e matá-lo.


Resta-me ainda falar da customização da personagem, ou tentativa de tal. A DICE criou uma espécie de Create-A-Class, característico de outros shooters multiplayer, mas o sistema de cartas empregue é pobre e limitado para o jogador.

A personalização do personagem então é terrível. Apenas temos acesso a personagens verdadeiramente novas a nível 50 (o último do jogo), sendo que até lá apenas iremos desbloqueando variações dos mesmos personagens (com capacete, sem capacete, sem barba, com barba...).


Até agora falei quase somente nos aspectos negativos do jogo, que claramente são o reflexo de certa preguiça e falta de esforço por parte da produtora. No entanto, nem tudo são coisas más.

No geral, por incrível que pareça, gostei da experiência que Star Wars Battlefront oferece. Temos a sensação real de estamos numa guerra fantástica entre o Império e os Rebeldes, tal como nos filmes da saga.


Temos a sensação real de estamos numa guerra fantástica entre o Império e os Rebeldes, tal como nos filmes da saga.


Por muitos que sejam os problemas de falta de conteúdo e balanceamento, a jogabilidade é divertida e consegue oferecer alguns momentos verdadeiramente épicos. Quem é a fã de Star Wars vai delirar quando entrar pela primeira vez num confronto de 40 jogadores na floresta de Endor e ver a quantidade de detalhe, efeitos e explosões que acontecem ao seu redor.

Sem dúvida, uma experiência visualmente épica.




Um autêntico benchmarrk da nova geração, sendo provavelmente os visuais mais bonitos e épicos que já vi na PS4. A quantidade de efeitos, explosões, partículas e detalhes no cenário que decorrem ao mesmo tempo no ecrã e, mesmo assim, ser conseguida uma framerate estável a 60 FPS é um feito verdadeiramente notável da DICE. É daqueles jogos que surpreendem os amigos e família quando vão lá a casa e olham para a TV.



Graves problemas de balanceamento dos mapas, algumas armas e certos heróis prejudicam a experiência em momentos do jogo. No geral, a experiência é bastante divertida e oferece momentos audiovisuais épicos, mas infelizmente torna-se repetitivo ao fim de algumas horas.



Efeitos sonoros fantásticos e fiéis ao universo da saga, juntamente com uma trilha sonora brilhante que certamente irão querer deixar ligada durante os confrontos épicos multiplayer.
Só é pena não terem aproveitado as vozes originais para os Heróis.



O grande factor negativo do jogo. Star Wars Battlefront oferece uma clara falta de conteúdo para um jogo que é apenas focado multiplayer, com uma tentativa de single-player disfarçada em missões cooperativas. Falta de armas, personagens customizáveis e uma clara falta de mapas que será colmatada por um DLC de 50€ tornam Battlefront numa experiência que se torna repetitiva ao fim de uma meia-dúzia de horas.



Sistema de pontuação
Star Wars Battlefront é um jogo que oferece uma experiência audiovisual fantástica e que coloca o jogador no centro de uma batalha épica entre o Império e os Rebeldes. Infelizmente, não passa disso, tornando-se repetitivo ao fim de meia-dúzia de horas devido à evidente falta de conteúdo que apenas é colmatada para os jogadores que tiverem dispostos a dar mais de uma centena euros por um jogo que deveria ser mais barato que o tradicional logo à partida.




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