Desta forma, posso admitir que surgiu em mim um enorme sentimento de felicidade por saber que a PS Vita permanece bem "viva". Cada vez, esta segue um rumo associado a um nicho existente dentro da sociedade de jogadores por todo o mundo, apostando fortemente em títulos indie e japoneses. Penso não ser um acontecimento drástico, mas olho para o mesmo com um pensamento mais crítico, apoiando-me na seguinte pergunta: Continuará a PS Vita a ser uma portátil para mim? O seu anúncio - durante a E3 do remoto ano de 2012 - foi repleto de aplausos generosos, confiantes e excitantes. Tudo isto devido à demonstração da qualidade gráfica dos seus títulos de lançamentos, especificações multimédia, preço inicial e a promessa de se apresentar como uma "PS3 portátil". 

Contudo, por mais irónico que pareça, o seu lançamento desastroso ditou o rumo primitivo da portátil. A versão 3G não permitia aos jogadores começarem partidas online através dessa rede, diminuindo totalmente o interesse no modelo mais caro. Os cartões de memória voltavam a ser particulares, permitindo à Sony um requerimento preçário absurdo nos dias de hoje, ainda mais com o enorme crescimento dos acessórios partilhados no mercado mobile. No entanto, "o prego no caixão" foi a queda da promessa mais ambiciosa realizada na sua apresentação inicial: jogos com valores de produção/qualidade caseiros em formato portátil! 

Como crítico, devo colocar em evidência todos os factos presentes, admitindo assim o esforço inicial da Sony em executar esta promessa. A empresa tecnológica multinacional tentou, caros leitores, verdade seja dita! A consola tem exclusivos como Uncharted: Golden Abyss (na minha opinião melhor que Drake’s Fortune), Killzone: Mercenary, Soul Sacrifice Delta, Oreshika: Tainted Bloodlines, Tearaway, Little Big Planet, Unit 13, entre outros. Então o que falhou? Muitos de nós somos hipócritas, pois acabámos por não comprar grande parte destes títulos AAA - no lançamento inicial de forma a aumentar as receitas imediatas - lançados para possibilitar novas produções.

Mas também não podemos esquecer jogos como Call of Duty Black Ops: Declassified e Resistance: Burning Skies, que através da sua mediocridade afastaram imensos jogadores da portátil. Porém, tenho que relembrar que a Nintendo 3DS também está a passar por dificuldades. Apesar das suas vendas estarem perto dos 60 milhões de unidades, estas ficam muito aquém dos 150 milhões de DS's vendidas na geração portátil passada. Desta forma, acuso o mercado mobile como o principal causador do caos criado nas plataformas portáteis dedicadas a videojogos. 

A PS Vita nunca será como a PSP, pois nunca apresentará um catálogo de exclusivos tão abrangente e qualitativo como a sua predecessora. Todavia - respondendo à pergunta inicialmente formulada - a minha resposta é claramente positiva. Neste momento, é necessário olhar para a biblioteca da consola e perceber que coincide com os vossos gostos pessoais. Nós elaborámos um artigo dedicado às principais razões para adquirir a portátil, onde são apresentados argumentos que se afirmam no presente. Espero que a PS Vita tenha ainda mais aniversários - presentes no mercado - pela frente e que continue a fornecer experiências portáteis maravilhosas. Não vale a pena pensar nas possibilidades não alcançadas, mas sim no que acabámos por receber. Com esta mentalidade, vão encontrar experiências que valem a pena.