Warcraft - Análise



CINEMA


  • Realizador: Duncan Jones
  • Argumento: Duncan Jones, Charles Leavitt e Chris Metzen
  • Actores:  Travis Fimmel, Paula Patton, Ben Foster e Dominic Cooper
  • Género: Aventura/Fantasia/Guerra
  • Duração: 2h 3min.

Veredicto

Antes de começar a escrever sobre o filme em si, acho que devo ser sincero no que toca ao meu contacto com a série em que o filme se baseia. Joguei World of Warcraft durante um breve período nos tempos em que a expansão WOTLK tinha saído. Cheguei até nível 40 e tal e depois desisti, tanto por falta de tempo como pelo modelo de subscrição mensal do jogo.

O meu conhecimento do lore de Warcraft é muito vago, portanto, para não dizer inexistente. Sei quais são as raças e as duas facções opostas, mas isso deve-se sobretudo do que li na altura em que escolhi a personagem para jogar.

A minha mente na altura de ver este filme estava portanto em estado clean slate. Não sabia o que me esperava, apenas queria que me pusessem à frente um filme digno de ser visto. E foi isso que vi.


Se são fãs de Lord of The Rings, como eu, vão adorar a ambientação do filme. Sem querer spoilar nada, todas as batalhas, as personalidades e designs visuais dos feiticeiros são absolutamente sublimes.

Os efeitos especiais não são os melhores que já vi. Em algumas alturas dava para perceber perfeitamente que os actores reais tinham um green screen por trás, mas isso também pode-se dever ao facto de ter ido ver em IMAX 3D. Não o façam. O 3D deste filme é terrível e não contribui com nada de bom para a experiência cinematográfica.


“Se são fãs de Lord of The Rings, como eu, vão adorar a ambientação do filme.”


No entanto outros efeitos, como as expressões faciais dos orcs nas aproximações da câmera, estão fantásticos. As paisagens também estão bonitas e quem conhece o mundo vai adorar ver Azeroth no grande ecrã.


Lembro-me que o actor principal, Travis Fimmel, tinha admitido que é péssimo a representar neste tipo de filmes, e infelizmente não posso deixar de concordar em certa parte. No geral, Travis faz uma prestação boa e digna, mas há certos momentos em que se notava claramente que outro actor talvez tivesse sido uma melhor opção. Num dos momentos mais dramáticos a meio do filme, a expressão de Travis como Lothar simplesmente não consegue trazer a raiva e tristeza que seria de esperar.


A minha personagem favorita é, sem dúvida, Gul'dan. A caracterização da personagem é absolutamente fascinante. 


No entanto, a Paula Patton faz um bom trabalho consistentemente ao longo do filme, assim como Toby Kebbell com o seu orc  Durotan. Aliás, todas as personagens apresentam uma boa prestação ao longo do filme, para ser sincero. Nada de genial, mas sólido.

A minha personagem favorita é, sem dúvida, Gul'dan. A caracterização da personagem é absolutamente fascinante. Tive pena que as suas motivações, personalidade e background, não fossem mais exploradas.


Um dos pontos que mais gostei foi o sangue-frio do director em não hesitar em fazer mudanças bruscas, mortes e twists na história. Estava com bastante receio que o filme se tornasse num cliché como tantos outros filmes de guerra, onde a história é absolutamente previsível e ninguém é sacrificado, mas fiquei positivamente surpreendido. Isto é uma guerra, é suposto que hajam perdas e sacrifícios em torno de um bem maior.


Um dos pontos que mais gostei foi o sangue-frio do director em não hesitar em fazer mudanças bruscas, mortes e twists na história.


E a banda sonora... fantástica. Combina muito bem com o espírito guerreiro e destemido, de aventura épica e de fantasia que o filme transporta. Não está ao nível de outros clássicos épicos de orçamentos gigantes como LOTR... é uma coisa mais genérica no sentido em que não introduz uma nova melodia que vai ficar nas nossas cabeças como um dos marcos da indústria (como por exemplo aquele tema principal dos Piratas das Caraíbas). Mas não deixa de dar um tom ainda mais épico ao filme, um trabalho bastante sólido.


No geral, gostei bastante da história. O filme tenta não tomar nenhum partido, mas há claramente uma pequena falta de parcialidade e tendência em torno da Alliance. Não quero spoilar nada, mas quem não conhecer nada do universo e vir este filme, vai acabar a torcer mais pela Alliance do que pela Horde.


Só fiquei mesmo com pena de não ser mostrado praticamente nada das outras raças.


Sim, há certos momentos mortos, certos confrontos com bosses que deveriam ser mais épicos, o twist principal é um pouco previsível... Mas fora essas falhas, é exactamente aquilo que queria que este filme fosse: uma aventura épica e uma excelente introdução ao universo Warcraft, que continuará nos próximos filmes.

Só fiquei mesmo com pena de não ser mostrado praticamente nada das outras raças. O filme todo resume-se a humanos contra orcs. Tenho a perfeita noção de que a Blizzard está a guardar isso para os próximos filmes, mas fiquei com muita vontade de ver os anões, os elfos, etc. em acção.




Warcraft é uma aventura épica para quem não está familiarizado com o universo dos jogos e um tributo digno aos fãs de longa data. São poucas as falhas e momentos mortos num enredo que nos introduz personagens bastante carismáticas e batalhas visualmente gratificantes. No final, fiquei com imensa vontade de ver os próximos filmes, uma das melhores surpresas positivas que tive este ano após tanta crítica negativa que li antes de o ir ver.



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