Crónica 20: E3 2013



CRÓNICAS


Para quem não tem estado particularmente atento às notícias, a Sony anunciou na sua conferência que a sua consola não precisará de se conectar a cada 24 horas à Internet e até disse que os jogadores poderão emprestar, vender ou trocar os seus jogos. Já a Microsoft confirmou que as 10 pessoas a quem o utilizador da Xbox One pode emprestar os seus jogos não precisam necessariamente de ser da sua família ou de viver na mesma casa.

Boas notícias, certo? Sim e não. Quanto à Xbox One, as restrições continuam lá e, como disse na minha crónica de antevisão à E3 deste ano, nunca compraria uma consola que fosse tão intrusiva como a da Microsoft promete ser, com o seu DRM, o pouco apoio às produtoras indies e a imposição de apenas acessórios first party, para não falar no preço de 500€, que é simplesmente demasiado.

Então resta-me a Sony. E as notícias de que falei acima são bem-vindas. No entanto, e numa entrevista após a conferência ao site da especialidade Gamasutra, parece que apenas está garantida a morte dos online pass nos jogos exclusivos, sendo que a Sony não limitará o que as editoras quiserem fazer.

Isto significa que se a Electronic Arts quiser lançar o seu novo FIFA na PS4 com as mesmas restrições que se encontram na Xbox One, irá fazê-lo.

O anúncio da morte destas práticas por parte da Sony está sustentada numa crença de um dos seus diretores, como podemos ver pela seguinte citação da entrevista ao Gamasutra:

A minha opinião pessoal é que é difícil para mim acreditar que alguma editora de peso irá colocar um sistema extra de DRM nos seus jogos usados, porque isso não os meteria numa boa posição, certo?

Errado. Estamos a falar da Electronic Arts, da Activision. A primeira está ligada às desastrosas práticas da Xbox One e a segunda tem como CEO o próprio rei das trevas, Satanás. As duas juntas formam um novo Axis disposto a governar o mundo. E se acham que tudo isto é exagero, a EA foi votada como a pior empresa dos EUA pela segunda vez consecutiva, "ganhando" a empresas como o Bank of America, que é responsável pelo desalojamento de milhares de famílias norte-americanas das suas próprias casas.



Existe portanto muito ódio a estas empresas e a verdade é que muito dele é mais do que justificado. E parece-me que mesmo que o novo Battlefield ou o novo Call of Duty tenham DRM as suas vendas continuarão bem altas.

E o que me garante que outras editoras não farão o mesmo? Pessoalmente, há muito que deixei de comprar jogos novos da EA ou da Activision porque não quero que o meu dinheiro vá para quem me trata mal, mas há outras editoras que têm estas práticas que podem mantê-las na PS4, como a Ubisoft e a Warner Brothers IE. E se outras companhias começarem a fazê-lo?

Parece que o online pass não morreu. Mas há outra coisa que me irrita por completo na nova consola da Sony: a obrigatoriedade do PlayStation Plus para se jogar online.

Se forem jogadores como eu, a vossa utilização de jogos online varia. Ora estou meses a jogar jogos a solo, ora estou meses a jogar online. E se bem me apetecer, posso jogar agora uma partida online de Gran Turismo 5, ou de Red Dead Redemption. Mas não sou um jogador ávido de online. E portanto, irrita-me profundamente o facto de um serviço que outrora era grátis, um dos maiores selling points da PS3 sobre a 360, agora ser pago.

E sim, eu sei que a Sony já veio dizer que tudo isto é para suportar os seus novos serviços de streaming e outros serviços que utilizam a nuvem. Mas para mim isso é treta. Se assim fosse, estes serviços seriam exclusivos da PlayStation Plus, ou pelo menos de uma modalidade qualquer. Eu pessoalmente sou capaz de utilizar os serviços de streaming, por causa do site. Mas para o jogador comum para que é que isso interessa? Mais valia pedir-se 2 ou 3 euros por mês para quem quisesse utilizar estas funcionalidade do que abranger toda a gente.




















Para mim, a obrigatoriedade do serviço Plus é utilizado para suportar o preço da consola, que é comparativamente à Xbox One 100€ mais barata, o que é uma diferença abismal. A Sony sem dúvida que perderá dinheiro com cada consola e provavelmente quer recuperar algum deste dinheiro através do Plus. Não me admirava que no primeiro price cut da consola o serviço deixe de ser obrigatório.

Ou então que tudo isto não passe da certeza da Sony de ter ganho a E3, o que sinceramente acho que é a verdade, achando assim que os jogadores deixariam passar esta pedra no sapato numa maré de boas notícias.

Seja o que for, o facto é que é algo que está lá desnecessariamente e que nos prejudica a nós, consumidores. E acabou a E3 sem eu ter a certeza qual é o sistema que me vai servir para a próxima geração. Sinceramente, o que me parece mais sensato até é apostar mesmo num computador para gaming. Muitas das coisas que me faziam preferir as consolas aos computadores estão a morrer e assim poderei usufruir de maior qualidade gráfica. E quanto aos exclusivos, é verdade que me vai custar não poder jogar jogos de estúdios como a Naughty Dog ou da Santa Monica Studios, mas também há exclusivos de peso para o computador, especialmente jogos de estratégia que há muito que não jogo um recente.

E, se tivesse mais algum dinheiro, gostava de fazer uma dupla entre um PC para gaming e uma 3DS (mas isto já é sonhar alto).

É esperar para ver. Não vou comprar uma consola no dia de lançamento para ver como corre o primeiro ano. A Sony prometeu não esquecer a PlayStation 3 e lançamentos como The Last of Us e Gran Turismo 6 prometem deixar-me ocupado durante algum tempo, assim como alguns jogos que vão sair para as consolas de ambas as gerações.

E, finalmente, está na altura de falar dos jogos.

Para começar, e para tirar já isto da frente, parece que a Sony recusa-se a mostrar algo sobre o The Last Guardian. Se antes da E3 estava ansioso para ver mais sobre o jogo, agora pergunto-me se alguma vez vamos ver este jogo numa PlayStation ou se esta não passará de mais uma promessa que nunca se realizará.


Watch_Dogs parece cada vez melhor. O gameplay mostrado durante a conferência da Sony deixou-me com uma vontade enorme de o jogar. Está a ser produzido pela Ubisoft Montreal, portanto está garantida a qualidade. Só espero que não seja demasiado cinemático. Quero algo mais ao estilo de Far Cry 3 e menos ao estilo de Assassin's Creed III.

E não é que aparece um shooter que me deixa com água na boca? Desde o Call of Duty: Black Ops que deixei de jogar shooters militares mas o novo Battlefield 4 parece fantástico. Especialmente o multiplayer. O nível de destruição possível de causar parece ser o melhor de sempre e com 64 jogadores no mesmo servidor o caos está garantido. A EA que não se lembre de vir com tretas que as consolas não aguentam com 64 jogadores, na nova geração essa desculpa não tem sentido.

Depois temos o MMO Tom Clancy's The Division, que parece fenomenal. O que foi mostrado parece estar executado de forma magistral e acima de tudo, muito divertida com mais dois ou três amigos. Podem é já esperar um sistema de micro-transacções manhoso e talvez uma subscrição mensal a juntar à PS Plus e à Xbox Live.

E finalmente, temos Murdered: Soul Suspect, talvez o jogo que mais gostei de ver na E3 porque estou a querer à muito um jogo ao género de LA Noire e este parece ser isso mesmo. Gosto da premissa toda, investigarmos o nosso próprio assassinato é uma ideia genial, e se o gameplay for acompanhado de uma forte narrativa este parece ser um jogo com a minha cara.

E chega assim ao fim mais uma E3. Deu para ver algumas novas tendências da indústria, como o uso dos tablets, e para ver o que nos espera na próxima geração. E vocês, o que acharam da E3? Vão comprar alguma das novas consolas? Se sim, quais? Utilizem os comentários para discutirem a edição de 2013 da Electronic Enterntainment Expo!



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