Borderlands 2 - Análise



ANÁLISES


Versão testada: PS Vita




















O mercado dos videojogos está, neste preciso momento, repleto de experiências de shooters em primeira pessoa. Cada vez se torna mais difícil conseguir destacar-se perante a feroz concorrência, principalmente quando falamos de nomes como “Call of Duty”, “Battlefield”, “Halo” e “Half-Life”. Mesmo assim, a Gearbox conseguiu o que para muitos seria inesperado: criar uma nova saga que realmente seja importante no mundo dos videojogos. Borderlands 2 não só tem levado críticas fenomenais, como tem alcançado largas vendas num mercado disputado por bastantes “pesos pesados”. Continua dia-após-dia a bater recordes de exemplares vendidos. Para além disto, Borderlands 3 é das sequelas mais requeridas pelos jogadores nestes últimos três anos.

Com todos estes pormenores de grande importância, a Sony decidiu apostar e lançar a única versão portátil existente do jogo para a PS Vita. O que no papel parecia genial, demostrou-se um verdadeiro pesadelo para os amantes da portátil.

Veredicto

Borderlands 2 na Vita foi dos anúncios que gerou mais aplausos numa conferência. Anunciado em 2013, na famosa “Gamescom”, deixou a plateia em enorme felicidade, o que sinceramente não era para menos visto que a Vita iria receber um dos melhores FPS dos últimos anos. No entanto, os problemas não tardaram a surgir. As primeiras impressões demonstravam que o jogo precisava de mais trabalho, isto porque os níveis de frames por segundo eram demasiado baixos. Os gráficos foram diminuídos, mas disto já toda a gente deveria estar à espera. O maior problema? Maior parte destes problemas, apesar de terem sido algo melhorados ao longo do tempo, permaneceram até hoje no jogo. O pior erro da Sony foi ter apressado o lançamento do port e de lhe ter dado a importância divina, isto como a prova final de que a Vita conseguiria correr os jogos mais potentes da sua irmã mais velha. Foi um erro que ainda hoje custa caro à Sony! O facto de ter colocado Borderlands 2 no bundle da versão slim da portátil ainda fez pior. Os jogos que são colocados em bundles, ainda mais quando é praticamente o único existente da consola (o caso do nosso país), devem funcionar a 100%. Uncharted: Golden Abyss, Killzone ou Tearaway são escolhas óbvias, contudo Borderlands 2 não o deveria ser. 


A Iron Galaxy Studios fez o que podia. Sinceramente, estão de parabéns por terem conseguido colocar tamanho projecto ambicioso em acção. Eu acredito que Borderlands 2 poderia funcionar fluidamente na portátil. Faltou apenas tempo de trabalho e, na sincera minha opinião, a Sony deve ter apressado o lançamento. Faz sentido esta decisão, já que Boderlands 2 foi lançado em 2012 na PS3. Cada ano que passa, menos importância começa a ter no mercado com o lançamentos de novos jogos.

Nem tudo são más notícias! Borderlands 2 na Vita faz o seu papel. Assumem o controlo de um “Vault Hunter” em busca da morte do Handsome Jack, o vilão ditador que ficou com os louros dos verdadeiros heróis do primeiro jogo. Podem escolher entre seis personagens diferentes (dois são DLC’s) e cada um terá habilidades e perks diferentes. Após escolherem a vossa personagem começam a vossa aventura no mundo de Pandora. Irão encontrar personagens hilariantes, como o Claptrap, assim como personagens do primeiro Borderlands transmitindo um sentimento de nostalgia para os fãs. É certo que os jogadores adoram o humor negro e sarcástico existente no jogo, muito devido ao fenomenal vilão Handsome Jack, mas existem certos momentos dramáticos que me apanharam desprevenido. Todos estes momentos são apresentados na história principal, mas podem a qualquer altura completar as centenas de missões secundárias existentes no mapa. Outro aspecto confuso de Borderlands 2 é o “seu mundo aberto”! Não existe muito para fazer (ou mesmo nada) e existem momentos que mais nos parece linear do que livre. É verdade que podem ir para onde quiserem na maior parte das vezes, mas não esperem a profundidade de Skyrim em Pandora.


O melhor elemento do jogo é sua jogabilidade. Existe uma tremenda profundidade neste título, parecendo ser mais um RPG do que propriamente um FPS na maior parte do tempo. Com a eliminação de inimigos, irão ganhar XP que vos fará evoluir de nível, ao mesmo tempo que vos proporciona com novas habilidades para desbloquear. No entanto, a própria jogabilidade consegue ser o calcanhar de Aquiles nesta versão. As enormes baixas de frames em certos encontros, alguns crashes espontâneos e alguma inconsistência nos disparos das nossas armas tornam por vezes a experiência num inferno. Nunca chega a ser completamente horrível, mas raramente é agradável. 

O som está cheio de problemas. Grande parte das vezes este não inicia nas custscenes, o que me irritou bastante. O próprio som do jogo não é nada de especial, com melodias aborrecidas e sem nada a acrescentar na indústria. O grafismo é bom, isto dentro dos possíveis. Comparado com a versão PS3 deixa muito a desejar, no entanto tal comparação não é justa. Devemos dar-nos por felizes por termos um jogo deste calibre na biblioteca da portátil, apesar de não funcionar muito bem. 


A versão PS Vita contém cerca de seis DLC’s, que incluem duas campanhas novas, armas e equipamentos, e duas personagens novas para escolherem. Nada mau, embora pelo mesmo preço consigam a versão Game of the Year Edition (com mais conteúdo) na PS3 e Xbox 360. Melhor que tudo é o facto de poderem fazer cross-save entre a Vita e a PS3. Todos os conteúdos que não são apoiados na portátil não serão lá apresentados, contudo assim que voltem à versão caseira podem voltar a usá-los. Este pormenor é fantástico para quem já possui Borderlands 2 e quer continuar as suas saves durante viagens e períodos ausentes das suas casas. 

Por fim, devo afirmar que a vertente multiplayer está presente nesta versão, embora limitada a dois jogadores (invés de quatro). É realmente divertido poder passar as nossas missões com a companhia de outros jogadores por todo o mundo, mas o facto de não existir multiplayer local torna a experiência menos divertida.



O grafismo é bom, ainda mais se pensarmos no vasto mapa que a Vita terá de processar. Tem pop-ups de texturas ocasionalmente mas tal não nos prejudica. 


Borderlands 2 é um shooter acima de tudo, portanto é necessário haver uma coerência positiva na sua componente jogável, algo que não acontece. Existem vários patchs mas nenhum melhora significativamente a experiência. 


O pior elemento do jogo, sem sombra de dúvida. Para além dos erros em demasia, o próprio trabalho original não traz nada de especial.


Terão centenas de horas disponíveis em missões e exploração do mundo. Para além disto, o multiplayer é uma mais valia para passarem o tempo.



Sistema de pontuação
Sempre estive ansioso por jogar Borderlands 2 na Vita e quando o pude fazer fiquei algo desiludido. É um bom jogo, mas falta qualquer coisa. Para ser sincero, acho que nem as versões caseiras me iriam fazer gostar assim tanto deste título. Caso tenham uma Vita, Borderlands 2 é um jogo a ter conta, desde que não esperem a qualidade anteriormente obtida. 



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