INÍCIO
Desde o lançamento do seu primeiro jogo, em 1996, que Resident Evil se tem destacado como uma das séries de survival horror de maior peso na indústria dos videojogos. Tendo obtido boas classificações gerais por parte da imprensa, esta franquia alia a acção de um shooter em terceira pessoa à emoção de um género de terror, embora alguns dos fãs se têm queixado que esta última parte tem vindo a ser esquecida pela Capcom.
Os eventos de Resident Evil 6 decorrem no ano de 2013, altura em que o presidente dos Estados Unidos da América, Adam Benford, decide revelar oficialmente a verdade por detrás do incidente de 1998 em Raccoon City, acreditando que irá assim acalmar o ressurgimento das actividades bioterroristas. Leon Kennedy, agente da DSO e sobrevivente de Raccoon City, vê-se forçado a matar o seu amigo pessoal e presidente, após este ser vítima de um ataque bioterrorista. Ao lado de Leon encontra-se a agente dos serviços secretos Helena Harper, que o ajudará na sua jornada seguinte.
Enquanto isso, noutra parte do globo, Chris Redfield retorna à BSAA (após recuperar de uma vida depressiva de alcoolismo) com Piers Nivans e uma nova equipa. Chris irá enfrentar hordas de zombies e o novo tipo de mutantes J'avo (com maior inteligência) em Lanshiang (cidade fictícia baseada em Hong Kong), vítima de ataque bioterrorista.
Resident Evil 6 promete trazer grandes novidades na jogabilidade e o tão esperado retorno ao género survival horror que criou as raízes da série. O jogo irá ter três campanhas: a de Leon (acompanhado de Helena), Chris (com Piers) e Jake Muller (com a companheira Sherry Birkin). Na campanha de Leon, a Capcom promete trazer de novo o terror ao jogo, com secções escuras, assustadoras e cheias de suspense; em Chris teremos praticamente um shooter em terceira pessoa; Jake é a grande novidade, uma personagem focada nas suas fantásticas habilidades corpo-a-corpo.
Cada um dos três protagonistas terá um companheiro que o ajudará ao longo do jogo (e para o modo cooperativo).
Em RE6 veremos algumas alterações na jogabilidade, em especial a possibilidade de andar e disparar ao mesmo tempo (algo que em Resident Evil 5 não existia). Além disso, poderemos saltar, deitar-nos, agachar-nos, etc. A mecânica básica parece ter sido mantida, com alguns extras que deixarão o jogo mais "acelerado".
No dia 18 de Setembro foi disponibilizada uma versão experimental do jogo, para PlayStation 3 e Xbox 360, que eu já tive oportunidade de testar.
A primeira coisa que salta logo à vista são os gráficos: as cutscenes são bonitas e o ingame também não desilude, apesar de alguns serrilhados excessivos e texturas mal renderizadas. Contudo, e mesmo com o brilho em 40 (no máximo), a imagem está muitíssimo escura. Na campanha de Leon era muito difícil ver de onde vinham os zombies em cada corredor.
O jogador poderá jogar um trecho pequeno das três campanhas em solo ou cooperativo online (pena não haver na demo um cooperativo local). Se deixarmos a nossa sala pública, passado pouco tempo depois de terem iniciado o jogo (como aconteceu a mim) entrará um segundo jogador no lugar de Helena/Piers/Sherry, dependendo da campanha. Jogando com um amigo torna-se mais divertido mas não foi das melhores experiências cooperativas que já vivenciei. Contudo, ponto positivo para o facto do loot espalhado pelo cenário ser dividido pelos dois, evitando assim a corrida para quem apanhar o item primeiro. O lag, pelo menos na demo, não se fez sentir.
Devo dizer: a jogabilidade da demo de Resident Evil 6 desiludiu-me, começando logo pelos menus ingame pouquíssimo intuitivos (que certamente deixarão atrapalhados os caloiros da série). O sistema de mira é impreciso e enferrujado. O jogo dá-nos a opção de revertermos para o antigo e clássico sistema de mira com laser (podemos até escolher a cor), mas mesmo assim é difícil apontar e disparar, mais do que em Resident Evil 5.
O sistema de combate corpo-a-corpo é bonito de ser visto, sobretudo algumas animações especiais como arrancar a faca da barriga de um zombie e espetá-la na cabeça, contudo também este sistema é impreciso. Várias vezes irão estar de frente para um zombie, a apenas alguns centímetros, e o ataque corpo-a-corpo não irá funcionar. É difícil calcular o posicionamento correcto da personagem.
Além disto, o sistema de cobertura é péssimo e pouquíssimo intuitivo, ora umas vezes funciona ora outras não.
A interacção com o cenário é quase nula. Apesar de podermos destruir caixas à procura de munição (como nos jogos anteriores) e escondermo-nos em armários, é muito irrealista andarmos aos tiros pelo cenário todo e nada se mexer: nem latas, nem monitores, nem bocados de sushi. Tudo parece imune ao tiro.
Apesar das promessas da produtora de voltar às raízes da série, a sensação de survival horror não esteve presente nesta demo, nem sequer na campanha de Leon. O suspense era inexistente (factor também condicionado pelo facto de estarmos a jogar com um companheiro) e não haverão sustos de maior (daqueles que nos fazem cair da cadeira), longe disso.
Mas nem tudo é mau nesta demo. A mecânica de Resident Evil 6, apesar de já muito metamorfizada em um third-person shooter, continua a ter semelhanças com as características fundamentais da série e o carisma das personagens mantém-se presente. Sem dúvida será um jogo que entreterá e de certeza que sofrerá algumas melhorias na versão final, mas, até agora, prefiro o anterior Resident Evil 5.
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| Grau de expectativa |
Resident Evil 6 será lançado a 2 de Outubro para PlayStation 3 e Xbox 360, com uma versão para PC mais tarde. Para além da versão normal, será também vendida uma Collector's Edition com vários extras.
Se em RE6 veremos um grande jogo ou uma eternização de uma fórmula já algo genérica na série, ninguém o sabe dizer neste momento. As promessas da Capcom apontam para grandes melhorias e a verdade é que um jogo num todo não pode ser avaliado testando apenas uma pequena porção do mesmo, por muito mau que esse bocado seja. Só nos resta esperar para ver qual será o grande veredicto.
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