Resident Evil: Revelations 2 - Análise



ANÁLISES


Versão testada: PS Vita



















Foi no decorrer do mês de Dezembro, mais precisamente no deslumbrante PlayStation Experience, que a Sony deixou os possuidores da PS Vita completamente boquiabertos! Não só foram oferecidos jogos de forma gratuita, como fizeram-se ouvir novas produções a caminho da portátil e entre elas estava o novo jogo da Capcom: Resident Evil Revelations 2. Como seria de esperar, o meu entusiasmo subiu de forma imparável ou não seria eu um grande admirador da famosa saga nipónica de terror. Cerca de seis meses depois do lançamento nas plataformas domésticas, chega-nos às mãos a tão prometida versão portátil. Será que a espera valeu a pena?

Veredicto

Antes de responder às possíveis questões que tenham em mente, penso ser necessário dar uma breve explicação sobre o título analisado. Resident Evil: Revelations 2 é a sequela de Resident Evil: Revelations, um spin-off lançado inicialmente de forma exclusiva na Nintendo 3DS e que por sua vez tentou trazer a série de volta às origens. A ação frenética vista em Resident Evil 5 e 6, dava agora lugar a um jogo mais calculista e arrepiante como acontecera em Resident Evil 4. Voltamos a ter Claire Redfield, co-protagonista no segundo jogo da saga, que desta vez se vê raptada durante a celebração de um grupo anti-bioterrorismo “Terra Save”. Pouco tempo depois, acordamos num sítio completamente desconhecido, mas que não deixa dúvidas sobre os enormes perigos lá existentes. Todavia, Claire não é a única personagem principal do jogo. Também vítima do rapto é a nova personagem Moira Burton, filha da conhecida personagem dos fãs Barry Burton, onde esta se vê na companhia de Claire durante a sua tentativa de sobrevivência naquele hostil local. É com este pormenor que Resident Evil: Revelations 2 tenta oferecer algumas novidades na forma como aborda os importantes elementos como a narrativa e a jogabilidade.


A história está dividida em quatro episódios, sendo que estes se encontram subdivididos em duas partes distintas. A primeira parte acompanha os acontecimentos de Claire e Moira, explicando quem está por detrás dos eventos horríveis presenciados. Já a segunda parte é localizada seis meses depois, quando Barry Burton chega ao local para tentar salvar a sua filha Moira. Logo de início, Barry encontra Natalia, uma criança completamente sozinha, que será a sua companhia durante o decorrer da história. O argumento é bom e bebe muita inspiração das fantásticas séries televisivas que fazem parte do nosso dia-a-dia, mais precisamente acabando cada parte com um grande clímax. 

Como referido anteriormente, não só a história (desta vez episódica) sofreu alterações como também a tão importante jogabilidade. É possível controlar duas personagens por cada parte neste jogo, fazendo um total de quatro personagens principais. Na primeira parte de cada episódio, as luzes da ribalta pertencem a Claire e Moira. Claire apresenta-se numa abordagem genérica, podendo carregar armas de fogo e explosivos, sendo a forma mais eficaz de eliminar as ameaças encontradas. Por outro lado existe Moira, que nos dá auxílio com a luz da sua lanterna, ofuscando os zombies, e o pé de cabra que serve para se defender de inimigos e resolução de puzzles. O palco é depois oferecido a Barry e Natalia. Mais uma vez Barry apresenta-se como a personagem mais forte na frente de ataque, enquanto Natalia serve para nos auxiliar nos momentos necessários. Natalia é de facto uma personagem interessante, não só por ser necessária para os diversos puzzles encontrados pelos níveis, mas também pelo facto de esta possuir uma habilidade supernatural. Ao controlarmos a criança é possível visualizarmos possíveis ameaças que se encontrem nos futuros cenários, deixando assim uma abordagem refrescante no uso das diversas personagens. Contudo, a profundidade não pára aqui! Será necessário evoluir as nossas armas para conseguirmos eliminar os difíceis Bosses e tal é possível com partes específicas que podem ser encontradas pelos cenários. Copiando um pouco o sistema de criação de The Last of Us, agora é possível juntar vários itens espalhados pelos níveis e criar um explosivo final. Pessoalmente, gostei imenso destas interações secundárias visto que enriqueceram a minha experiência com o jogo. 


Para além da história principal, a versão da PS Vita oferece mais dois episódios secundários e o famoso modo Raid já presente no antecessor. Resident Evil: Revelations 2 brinda-nos com uma componente online aliciante com o referido modo Raid, oferecendo cerca de 150 níveis com hordas de inimigos para aniquilar e o melhor de tudo é que podem fazê-lo com um amigo (até 2 jogadores em simultâneo). Tudo o que está presente na campanha principal a nível de personalização está aqui também presente, podendo ainda controlar diversas personagens dentro e fora da campanha como por exemplo Wesker e Hunk. Se gostavam do modo “Mercenaries” dos anteriores Resident Evil, então vão adorar tudo o que modo Raid tem para vos oferecer. Infelizmente, ainda não está presente a possibilidade de jogar com um amigo próximo utilizando a tecnologia AD-HOC, porém a Sony afirmou que irá trazer essa opção numa atualização futura. Outro aspeto desapontante é o facto de a história não usufruir de um modo cooperativo como nas versões domésticas do jogo.

Se apesar dos defeitos, a jogabilidade e a história apresentam argumentos que demonstram o enorme potencial de Resident Evil: Revelations 2, o mesmo não se pode dizer dos restantes elementos infelizmente. Para possibilitar a realização desta versão portátil foi necessário sacrificar certas componentes pertencentes ao ADN de qualquer jogo. Pode-se dizer até que estamos perante o caso “Borderlands 2 PS Vita” mais uma vez! O som neste jogo foi comprimido ao ponto que se torna difícil perceber o que as personagens dizem, ao mesmo tempo que a banda sonora parece ter sido gravada debaixo de água. Podem pensar que estou a exagerar mas muito pelo contrário, a componente sonora está simplesmente horrível. Não tão mau, mas que mesmo assim apresenta imensos defeitos, é a componente gráfica. Grande parte das texturas parecem de um jogo PS2 e se bem sabem a PS Vita é bem capaz de mais!


Ouçam, já era esperado da minha parte que a versão da PS Vita sofresse algumas modificações para pior devido ao limitado hardware, contudo o primeiro Resident Evil Revelations tem melhor aspeto e corre mais fluidamente na Nintendo 3DS e sabem porquê? Porque foi um jogo inicialmente criado de raiz para a portátil da Nintendo. Caso o tempo de desenvolvimento e o orçamento tivessem sido maiores, poderíamos ter em mãos um produto superior. Pior de tudo é a instabilidade de FPS obtidos durante toda a minha experiência, sendo que nos últimos dois episódios da campanha existem secções em que a framerate cai abaixo dos 20… e bastante. Sinceramente, até poderia fechar um pouco os olhos ao aspeto gráfico, mas o som e a instabilidade de frames faz com que esta seja de longe a pior versão de Resident Evil: Revelations 2. Por fim, outro aspeto negativo são os lobbies online. Se este título fosse Cross-Play com PS3 e PS4 provavelmente não seria tão difícil encontrar alguém online, infelizmente neste caso é mesmo complicado encontrar alguém ligado e pronto a jogar convosco. 

A pergunta que deve estar na ponta das vossas línguas é se a versão PS Vita de Resident Evil: Revelations 2 vale a pena. Se o vosso objetivo é jogar a melhor versão do jogo, então não! Caso tenham um PC ou uma PS4/Xbox One, então comprem aí. No entanto, se o fator portabilidade for deveras importante ou a PS Vita seja a vossa plataforma de eleição, posso dizer honestamente que encontram aqui uma aposta bastante segura. Esta é a versão mais barata do jogo, visto trazer todo o conteúdo incluído na Season Pass das restantes plataformas e mais os DLC’s, que nelas são vendidos em separado, por um preço total de 30€. 


Para os possuidores de uma PlayStation TV, fiquem descansados pois posso confirmar que existe compatibilidade com esse sistema. Aliás, acaba por resultar bastante bem já que o produto original foi criado para ser jogado no grande ecrã. Porém, para fazerem uso completo das várias opções de jogabilidade necessitaram de possuir um DualShock 4 devido ao painel touch. Ao usarem o DualShock 3 será impossível executar algumas funções e isso trará problemas em diversas secções do jogo.

Por fim, o mais importante de tudo é divertirem-se, tal como eu me continuo a divertir na minha PS Vita. A minha experiência em Resident Evil está longe de acabar, ainda mais quando existem tantas missões Raid para concluir e mais dificuldades presentes nos episódios da campanha. Finalizo assim a minha análise e deixo-vos pois tenho umas contas para ajustar (zombies) no modo Raid…


A performance deste título na portátil é algumas vezes insuportável. Todavia, acaba por conseguir transmitir a tensão desejada em jogos de terror. 


As ideias novas aqui trazidas são benéficas para a experiência. Não se trata apenas de mais um Resident Evil, mas sim de um novo jogo com novas ambições que acaba por trazer o divertimento desejado.


Simplesmente mau. Provavelmente necessário para diminuir o espaço necessário nos cartões de memória para 3.9GB.


A história principal tem cerca de 10 horas, multiplicando muito mais a sua duração com o modo Raid. Nunca foi tão divertido matar zombies como agora, portanto terão aqui muito com que ocupar o vosso tempo. 


Sistema de pontuação
Resident Evil: Revelations 2 na PS Vita é certamente uma mais-valia para a biblioteca da consola e, para ser sincero, também uma mais-valia para a Capcom. Não me interpretem mal, este título tem imensa qualidade, no entanto acaba por passar despercebido entre os jogadores visto existir centenas de excelentes lançamentos semanalmente. Com a escassez de títulos AAA para a portátil da Sony, este jogo veio trazer mais uma razão para manter a consola ligada. Finalmente existem razões para estarmos felizes, visto já ser possível afirmar que a PS Vita é possuidora de um bom e recente Resident Evil no seu reportório! 



0 comentários:

Enviar um comentário

Mensagens Recentes Mensagens Antigas Página Inicial